A candidata do PSB a presidente, Marina Silva, chamou nesta quarta-feira de “privatização” a reação do PSDB ao seu programa de governo – que a acusou de plágio na parte que trata de direitos humanos. “A defesa dos direitos humanos não deve ser privatizada por nenhum partido”, disse a candidata, após participar de evento na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.
Marina citou como exemplo o Bolsa Família, implementado pelo governo do ex-presidente Lula, e que, de acordo com ela, deve ser considerado uma conquista da sociedade e não de um governante. “Essa é uma visão pouco generosa (do PSDB) em relação a conquistas da sociedade brasileira, que não podem ser fulanizadas. A luta pelos direitos humanos é uma conquista da humanidade”, disse Marina.
Ontem, em coletiva, o candidato do PSDB, Aécio Neves, chamou a candidatura de Marina de “metamorfose ambulante” e acusou o programa de governo dela de plagiar o texto do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) de 2002, do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Coligação
Marina negou também que ela ou sua equipe estejam discutindo o ministério de um possível governo. “Da nossa coligação que não saiu (informação sobre cogitação de ministros)”, disse Marina ao ser questionada por jornalistas sobre nomes que foram ventilados na imprensa.
A candidata reafirmou que não acha correto alguém nomear ministros antes de ser eleito, em crítica indireta ao tucano Aécio Neves. Aécio, repetidas vezes, disse que, caso vença as eleições, indicará o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para o ministério da Fazenda.
Saúde
Marina também disse considerar o programa do governo federal Mais Médicos uma solução complementar e não uma solução definitiva para a deficiência no atendimento à saúde no Brasil. “É uma medida que tem que ser entendida como um complemento e não como se fosse já uma solução definitiva”, disse.
Marina ressalvou que, após seguidos governos de negligência com a saúde, o Mais Médicos deve ser mantido, ainda que como uma solução paliativa. “Esse complemento que está sendo feito pela ineficiência do nosso atendimento à saúde deve ser apoiado, mas devemos trabalhar para que o Brasil possa prover a quantidade de médicos necessária para atender à sua população”, concluiu.