Faz menos de dois anos desde que Marina Sena realizou o que considera seu "primeiro grande show" quando cantou para 60 mil pessoas no Lollapalooza de 2022. Mesmo com relativo pouco tempo, a artista mineira diz que agora não se deslumbra mais com públicos grandes, como o que a viu cantar no Primavera Sound neste domingo (clique aqui para ver como foi o show): "Eu era mais inocente. Hoje tenho outra postura, realidade e momento. Já tem um tempo que eu venho fazendo isso, então já entendo que estou no meu lugar".
Marina recebeu alguns jornalistas (incluindo o <b>Estadão</b>) no backstage do festival, após o show que foi um dos poucos pontos altos para ela nas últimas semanas. Desde o mês passado, a mineira tem usado as redes sociais para rebater uma série de críticas que foram do tamanho de suas saias ao uso da palavra "sarrada" em uma de suas músicas. Apesar de o comportamento não ser uma novidade na vida da artista, que já sofreu ataques também pelo formato do seu rosto ou pelo timbre da sua voz, ela admite que eventualmente eles chegam a influenciar sua arte.
"Eu nunca fui amada a minha vida inteira, gente. Sempre fui uma artista que as pessoas amavam e odiavam ao mesmo tempo. Então, realmente já sou acostumada com essa sensação, ela não é estranha pra mim. Se isso interfere na minha arte, é dessa forma."
"Minha arte é como se fosse uma resposta a isso (críticas). Mas só a psicanálise vai me falar se é realmente isso que acontece. No meu comportamento, na minha arte, eu tenho essa resposta. Ah, cês tão me desdenhando? Agora cês vão ver então. E vou mostrando que sou cada vez melhor."
Os baques das últimas semanas não atingiram Marina apenas no profissional ou por parte do público. Poucos dias antes do seu show no Primavera Sound, seu assessor, Jorge Velloso, e o ex-namorado, Iuri Rio Branco, responsável pela produção musical de seus dois primeiros discos, anunciaram quase simultaneamente que estavam se desligando da carreira da artista e lhe desejaram sorte daqui pra frente. Menos de 24 horas depois, ela publicou no Twitter: "Nem todo homem, mas sempre um homem".
Marina não nega nem confirma que a indireta foi para os dois e limita-se a dizer que o afastamento não foi por motivos excepcionais. "Tudo tem o seu momento, mas realmente chegou ao fim. São caminhos seguindo para outros lugares e isso é algo que eu quero também. Para conseguir me superar como artista, preciso saber o momento de finalizar as coisas."
Ainda segundo ela, parte do público parece torcer para que sua carreira chegue ao fim antes do previsto: "O povo fica torcendo essa é a última dela , agora acabou . Mas gente, mesmo que vocês queiram, não vai acabar porque é uma fonte inesgotável de inspiração."
"Já fiz isso não foi uma nem duas vezes na minha carreira", diz a artista, que antes de se lançar na carreira solo participou de duas bandas, A Outra Banda da Lua e Rosa Neon. "Não tenho medo de mudança não. Sou foda desde sempre, não porque encontrei com o Iuri. Existe um milhão de pessoas fodas no mundo e eu vou continuar sendo foda. Não existe isso."