Após o resgate bem sucedido de cinco tripulantes que desapareceram no naufrágio de um barco pesqueiro, no litoral de Santa Catarina, a Marinha do Brasil intensificou a busca por outros três desaparecidos, neste domingo, 18. De acordo com o comandante do 5.º Distrito Naval, vice-almirante Sílvio Luís dos Santos, relato dos sobreviventes resgatados dá conta de que os outros tripulantes teriam um bote e colete salva-vidas quando desapareceram no mar.
O barco BP Safadi Seif levava oito pessoas quando afundou, no início da noite de sexta-feira, 16, a 130 km de Garopaba, na costa sul catarinense.
Conforme Santos, a expectativa é de que sejam encontrados com vida. "Temos conhecimento de que existia uma balsa e um bote com coletes no barco, então há esperança de que tenham conseguido acesso ao bote", disse.
Segundo ele, os tripulantes que foram resgatados estão abalados e não puderam dar muitas informações. "Fizemos alguns questionamentos, não fomos a fundo respeitando a condição física de cada um", disse.
Os cinco tripulantes, encontrados na noite de sábado, foram levados a bordo do navio Thor Frigg e desembarcaram na manhã deste domingo no cais da Capitania dos Porto de Itajaí. Identificados como Djalma dos Santos, Domingos Pereira do Rosário, Luiz Carlos Messias da Silva, Mário Gomes Soares e Zoel Teixeira de Barros, eles tinham apenas ferimentos leves.
Segundo o oficial da Marinha, o barco naufragou após enfrentar condições adversas no mar. "A informação que temos é de que pegaram ondas bastante altas e ventos muito fortes, em condições não ideais para navegação no mar. Não sabemos efetivamente o que ocorreu para a embarcação naufragar", disse.
De acordo com ele, na noite anterior foi emitido alerta geral sobre as condições climáticas. "Um dia antes já se sabia que haveria um ciclone extratropical com deriva para o mar, passando pela costa catarinense", comentou.
Ele destacou que as causas do naufrágio serão apuradas em inquérito aberto pela Capitania dos Portos de Santa Catarina.
Quando o naufrágio ocorreu, a região estava sob influência de um ciclone extratropical que atingiu com mais força o Rio Grande do Sul, mas trouxe efeitos também em Santa Catarina. As buscas foram iniciadas ainda na noite de sexta-feira.
Conforme o vice-almirante, uma nova aeronave foi enviada pela Força Aérea Brasileira para reforçar as buscas, que estão concentradas na região próxima ao local do acidente.
<b>Ciclone deixou ao menos 13 mortes no Rio Grande do Sul</b>
A passagem do ciclone deixou ao menos 13 mortos no Rio Grande do Sul. Quatro pessoas seguem desaparecidas, todas em Caraá, município de 8,4 mil habitantes no litoral norte e um dos mais impactos pelas fortes chuvas e rajadas de vento.
Mais de 2,4 mil pessoas precisaram ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros de residências, unidades de saúde e outros espaços.
A corporação registrou cerca de 1,7 mil ocorrências. Segundo a Defesa Civil do Estado, mais de 3,7 mil pessoas estão desabrigadas e 697 estão desalojadas.
Os óbitos foram confirmados nos seguintes municípios: Maquiné (três) e Caraá (três), no litoral norte; São Leopoldo (dois), Novo Hamburgo (um), Gravataí (um) e Esteio (um), na Grande Porte Alegre; e Bom Princípio (um) e São Sebastião do Caí (um), ambos no Vale do Caí.
<b>Municípios do litoral sul de SC também foram afetados</b>
Em Santa Catarina, a passagem do ciclone também impactou em diferentes municípios no litoral sul. Um dos mais afetados foi Praia Grande, onde moradores ficaram ilhados por mais de 18 horas até serem resgatados pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo a corporação, ao menos 60 dos desalojados foram encaminhados para um ginásio local.