Não é difícil encontrar nas ruas da região central e em bairros de Guarulhos prédios antigos e em péssimo estado de conservação. Com a umidade e as rachaduras, a ameaça do concreto das marquises ceder é iminente. Em diversos pontos visitados pelo HOJE, há marcas de que as quedas são mais frequentes do que se imagina.
É o caso da antiga garagem de ônibus da avenida Guarulhos. O galpão, onde hoje funciona um estacionamento de caminhões, preocupa quem passa na região. Luiz Paes, 52, funcionário de uma loja em frente, já testemunhou alguns casos. "De vez em quando desaba alguma coisa. Já vi cair uma barra pesada de concreto que quase acertou uma pessoa", relata o comerciante. O inquilino do imóvel, Alaor Viana Filho, disse que já foi notificado pela prefeitura e que logo a situação será resolvida. "Ali nós vamos refazer tudo. Nós vamos tomar providência agora."
No Centro, em frente à Igreja Matriz, alguns edifícios antigos também apresentam marquises em condições precárias. Muitos pedestres circulam pelo local, arriscando a vida sem saber. O funcionário de um hotel das redondezas, que preferiu não se identificar, reclama que as fachadas antigas acabam prejudicando os hóspedes do estabelecimento. "Podem nem estar caindo, mas são muito feias. Eu não teria coragem de almoçar em um restaurante desses", confessa.
A situação piora durante chuvas fortes, quando as marquises ficam ainda mais frágeis e as pessoas costumam se abrigar debaixo delas. A preocupação não é infundada, já que há muitos casos de óbito envolvendo prédios antigos e marquises degradadas todos os anos no país. Questionadas, a Secretaria Municipal de Habitação não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.