A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 4,425 bilhões no período de um ano, para R$ 242,948 bilhões, uma alta de 1,9% no trimestre encerrado em abril de 2022 ante o trimestre terminado em abril de 2021. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o trimestre terminado em janeiro, a massa de renda real subiu 1,3%, com R$ 3,185 bilhões a mais.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve elevação de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, apenas R$ 3 a mais, para R$ 2.569. Em relação ao trimestre encerrado em abril do ano passado, a renda média caiu 7,9%, R$ 221 a menos.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a renda média estagnada próxima ao patamar mais baixo da série histórica se deve a uma dificuldade de reposição da inflação aos salários, o que corrói o poder de compra de todos os trabalhadores, mas também à abertura de vagas com remunerações mais baixas, mesmo com o avanço da carteira assinada.
Na passagem do trimestre terminado em janeiro para o trimestre até abril, a queda no rendimento de trabalhadores do setor público foi o que puxou para baixo a renda média do trabalho como um todo. Houve influência da falta de reposição da inflação nos contratos de servidores públicos em geral, porém, o movimento de queda na renda média da categoria foi explicado, principalmente, pela contratação de trabalhadores com vínculos temporários para a educação pública com salários mais baixos, sobretudo via prefeituras, salientou Beringuy.
"Com essa maior entrada de trabalhadores na parte de educação, no caso de educação pública, isso contribui realmente para uma retração do rendimento para o setor público", justificou a coordenadora do IBGE.