As vendas no comércio varejista brasileiro tiveram queda de 4,7% em 2015, o que representa o pior desempenho da série histórica iniciada em 2008, de acordo com o relatório MasterCard SpendingPulse. Em dezembro, o indicador apresentou retração acelerada, com queda de 9,4% em comparação ao mesmo mês de 2014.
Dos sete setores considerados na pesquisa, quatro tiveram desempenho acima do índice cheio em dezembro: supermercados, materiais de construção, artigos farmacêuticos e artigos domésticos/pessoais. Por outro lado, os segmentos de roupas, móveis/eletrônicos e combustíveis ficaram abaixo da média geral.
Na semana que antecedeu ao Natal, o varejo total observou queda de 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, demonstrando que nem mesmo a época de festas conseguiu impulsionar gastos adicionais. “A economia do Brasil em 2016 ainda enfrenta enormes desafios. O aumento da taxa de desemprego e, consequentemente, a deterioração da massa salarial, em conjunto com os baixos níveis de confiança dos consumidores, colaboram para piorar o ambiente para o varejo”, afirma Kamalesh Rao, diretor de pesquisa econômica na MasterCard Advisors.
Na divisão geográfica houve queda em todas as regiões em dezembro. A retração mais acentuada foi registrada no Sul (-13,3%), seguido do Centro-Oeste (-12,7%), Norte (-10,9%), Nordeste (-8,5%) e Sudeste (-8,4%). Em 2015, a região com pior desempenho foi o Sul, com queda de 5,6%, Sudeste (-5,1%), Centro-Oeste (-5%), Norte (-4,9%) e Nordeste (-0,6%) na sequência.
Enquanto isso, as vendas online tiveram crescimento anual de 3,0% em dezembro. A média do quarto trimestre ficou em 8%, ante 11,8% no terceiro. No resultado fechado de 2015, o e-commerce cresceu 9,7%.
O SpendingPulse é um indicador macroeconômico que informa sobre gastos no varejo nacional e o desempenho do consumo. O relatório é baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos MasterCard, juntamente com as estimativas para todas as outras formas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque. O relatório, bem como as previsões de tendências de gastos, não refletem ou se relacionam com o desempenho operacional e financeiro da MasterCard.