O acordo alcançado sobre a reconstrução de Faixa de Gaza deve ser implementado nos próximos meses, o que deve quadruplicar a quantidade de materiais de construção entrando no território, afirmou uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.
Segundo James Rawley, um enviado da ONU ao Oriente Médio, mais de 800 caminhões de materiais de construção devem ser enviados a Gaza por dia, seguindo as regras de um acordo negociado entre palestinos, israelenses e as Nações Unidas. Até agora, a quantidade de caminhões que entram no território diariamente não passa de 200.
“Isso vai facilitar a recuperação e a reconstrução de Gaza e nós esperamos que esse passo na direção certa servirá como base para uma abertura ainda mais significativa das fronteiras”, disse Rawley, o segundo enviado da ONU para o processo de paz no Oriente Médio.
O diplomata afirmou que as Nações Unidas vão monitorar os bens desde o momento em que forem comprados até a chegada nos beneficiados em Gaza, respondendo às preocupações de Israel de que os materiais poderiam cair nas mãos de militantes do Hamas. Ele disse que a reconstrução da área requer que Israel aprove a entrada de cerca de US$ 100 milhões em abrigos, algo que o novo acordo não prevê, mas que pode ser liberado em negociações posteriores.
Os detalhes do acordo são cruciais para a reconstrução da Faixa de Gaza, que ficou destruída após um conflito de 50 dias que dizimou partes do território, explodiu bairros inteiros e reduziu casas a escombros. A negociação será seguida por uma conferência no Egito no próximo mês, onde doadores internacionais vão oferecer recursos para a reconstrução. Autoridades palestinas estimam que a reforma de Gaza vai custar cerca de US$ 6 bilhões.
A ONU informa que cerca de 18 mil casas foram destruídas ou danificadas gravemente no confronto. Mais de 2,1 mil palestinos foram mortos durante os combates, a maioria deles civis, de acordo com autoridades da Palestina e das Nações Unidas. Do lado israelense, morreram 66 soldados e seis civis. Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo no mês passado. Fonte: Associated Press.