O fato de que Sergio Mattarella, de 80 anos, terá um segundo mandato como presidente da Itália mantém o status quo no país e será "bem-vindo pelos mercados financeiros, já que sinaliza continuidade no governo de união nacional até a próxima eleição, em 2023", acredita a Eurásia.
Em relatório a clientes, a consultoria diz que mais importante ainda é o fato de que Mario Draghi seguirá como primeiro-ministro, aliviando temores de investidores de que a saída do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) prejudicaria progressos em reformas no país e o uso eficiente de recursos que a Itália deve receber da União Europeia.
Mattarella foi eleito no sábado com 759 votos, na oitava rodada da eleição para presidente. Legisladores e lideranças regionais têm direito a voto nessa disputa. Para a Eurasia, o risco de uma onda de vendas de bônus da Itália (BTP) foi evitado, após tensões com as seguidas eleições indefinidas para presidente.
A Eurasia vê pouco motivo para Draghi tentar uma eleição antecipada, no contexto atual. Além disso, líderes partidários minimizavam a ideia também de uma iminente mudança de gabinete, diz ela. A consultoria nota que Mattarella não deve cumprir seu mandato de sete anos integralmente e diz que ele poderia seguir no posto até junho de 2023, quando haverá nova eleição. Outra alternativa seria que Draghi se torne presidente no próximo ano, embora a consultoria diga que não está claro se o Parlamento concordaria com isso.
A perspectiva de curto prazo para o país, de qualquer modo, não muda, segundo a Eurasia. O país publicará o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2023 nesta segunda-feira e a consultoria espera crescimento de 0,8% ante o trimestre anterior. "O crescimento agora desacelera, mas esperamos que a maioria disso seja compensado por um segundo e terceiro trimestres fortes", afirma ela.