O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira, 24, que a fluência em inglês não deve ser uma exigência para quem exerce a função de presidente da Apex-Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Apesar de a proficiência na língua estrangeira ser uma exigência do regramento interno da Apex e que foi alterada para o petista Jorge Viana conseguisse assumir o posto, como mostrou o <b>Estadão</b>, o chanceler brasileiro alega que o dirigente da agência que "vende" a imagem do País no exterior deveria ser dispensado de falar inglês.
No Itamaraty, Pasta chefiada por Vieira, dominar o inglês e outra língua estrangeira é exigido de quem quer ser diplomata. Mas para o chanceler, no caso de funções de representação, não haveria necessidade de dominar idiomas estrangeiros e que não poderia-se passar a exigir que fosse "poliglota".
A Justiça Federal anulou nessa segunda-feira, 22, a nomeação do petista Jorge Viana para o cargo de presidente da agência, depois de o Estadão revelar que ele não tinha fluência em inglês, como exigia a norma vigente quando foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro.
"Com relação à questão de falar inglês, sinceramente não acho que seja indispensável, de forma alguma", afirmou o titular das Relações Exteriores. "Poderia-se dizer, então se não fala francês, se não fala alemão. Então, teria que ser poliglota. Teria que pedir, para ser presidente da República, que falasse línguas. O presidente Lula não fala inglês e tem contato e diálogo amplíssimo com todos os chefes de Estado."
Mauro Vieira argumentou que a Apex-Brasil tem funcionários técnicos capazes de fazer a intermediação e contatos com estrangeiros. Ele citou o seminário organizado em Pequim, com mais de 500 empresários, no qual Viana discursou em português.
"A Apex é uma importante agência, tem um corpo funcional grande e muito preparado, que faz toda a intermediação. Não é o presidente da Apex quem faz isso no dia a dia", afirmou Vieira.