Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, voltou a afirmar que a cloroquina não tem efeitos na fase tardia da doença. A secretária ainda defende, no entanto, que o uso do medicamento em fases iniciais da doença deveria ser o preconizado para o tratamento da covid.
Mayra voltou a culpar o estudo sobre cloroquina realizado em Manaus, que levou a óbito 22 pessoas, como algo que teria "estigmatizado" o medicamento. Segundo ela, o estudo, ao invés de mostrar "resultados positivos", usou critérios metodológicos inadequados, que acabaram por mostrar resultados que foram negativos, "mortes e desfechos desfavoráveis".
A médica também declarou que os medicamentos como cloroquina e ivermectina não curam a covid, mas reduzem internações e óbitos. Para Mayra, "não podemos esperar o mais alto nível da evidência, porque ela não vem. Num curto espaço de tempo, nós temos que enfrentar a doença com o que nós temos hoje", declarou. A secretária também advogou a favor do uso de medicamentos fora da bula, que, segundo ela, se fossem proibidos, resultariam na paralisação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mayra voltou a afirmar que ainda não foi vacinada contra covid-19 por ter contraído a doença pouco antes de sua imunização, e que agora está esperando o intervalo de 30 dias entre a doença e a primeira aplicação da vacina.
Diante do encaminhamento das respostas ao senador Jorginho Mello (PL-SC), aliado do governo, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), alertou os presentes na comissão a não fazerem qualquer tipo de recomendação de medicamento sem eficácia comprovada. "Temos que ter cuidado", disse Aziz.