Estadão

Médicos da rede municipal de São Paulo decidem fazer paralisação no dia 19

Médicos da Atenção Primária à Saúde (APS), que atendem pacientes nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo, votaram pela paralisação da categoria na próxima quarta-feira, 19. Os profissionais reclamam das equipes desfalcadas, diante do alto número de trabalhadores afastados por causa de sintomas gripais, e o não pagamento de horas extras.

O grupo deu até segunda-feira, 17, para que a Prefeitura apresentasse um plano de reposição dos funcionários ausentes, de modo que a paralisação pode ser reavaliada. Outra reivindicação da categoria é a desobrigação do comparecimento em fins de semana e feriados. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), que representa cerca de 100 mil médicos no Estado de São Paulo (60 mil da capital paulista), havia quase 150 presentes na assembleia que aprovou o movimento nesta quinta-feira, 13. Segundo o Simesp, a categoria está há "mais de dois anos com uma intensa sobrecarga e sofrendo com adoecimento físico e psíquico".

Na quinta-feira passada, dia 6, a Prefeitura somava 1.585 profissionais afastados por covid-19 ou síndrome gripal. A rede municipal conta, atualmente, com 94.526 profissionais. Segundo o sindicato ao menos 50 UBSs visitadas pela entidade relataram desfalques nas últimas semanas. O cenário tem piorado desde o fim do ano, com o espalhamento da variante Ômicron do coronavírus, mais contagiosa, e da influenza.

Na quinta à tarde, a Secretaria Municipal da Saúde disse que já havia autorizado o pagamento das horas extras dos profissionais pelas Organizações Sociais de Saúde (OSs). A pasta justificou que aguardava o novo ano fiscal para saldar o pagamento aos profissionais de saúde envolvidos diretamente ao atendimento à pandemia de covid-19.

A gestão municipal ainda afirmou ter autorizado parceiros a fazer a contratações de equipes extras. Desde o último fim de semana, a abertura das unidades aos sábados, – que se dava em algumas etapas da vacinação -, passou a acontecer para ampliar os atendimentos. A medida deve ser mantida até que haja diminuição dos casos de sintomáticos respiratórios na capital paulista.

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