Estadão

Médicos negam, na CPI da Covid, conflito de interesses; Aziz aponta cargos na OEA

Os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta sexta-feira (18), negaram a existência de conflito de interesse pela defesa de tratamentos com remédios não cientificamente comprovados no tratamento da covid-19. Apesar da negativa de conflito, "nem político nem econômico", o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), interferiu e ironizou a negativa: "Não tem conflito de interesses, foram convidados pelo Weintraub (para a OEA)".

Ambos os médicos foram nomeados como assessores da Secretaria de Segurança Multidimensional da Organização dos Estados Americanos (OEA), pasta comandada por Arthur Weintraub. A pergunta de Aziz foi criticada pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que apontou que o presidente da sessão estava acusando os médicos. "Se eu não puder perguntar aqui, vou me retirar", rebateu Aziz frente à acusação de Rogério.

Zimerman respondeu que, até o momento, recebeu apenas R$ 10 mil do Ministério da Saúde via Organização Pan-Americana da Saúde. "O que é totalmente lícito e legítimo", pontuou. No entanto, segundo ele, foi noticiado pela imprensa que o valor foi de R$ 30 mil. Para Zimerman, a politização "causa surpresa porque não sou filiado a nenhum partido político".

Já Cardoso Alves reiterou a ausência de conflito de interesse. "Inclusive, se eu fosse assessor da OMS (Organização Mundial da Saúde) ou da comissão da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) eu estaria aqui com a mesma isenção. Não recebo nenhuma remuneração por isso e não tenho nenhum motivo para esconder, tanto que tornei público pelas minhas redes o meu convite da secretaria da OEA". "Entendo que alguns possam pensar assim, mas não, não tenho nenhum conflito", reiterou Cardoso Alves. "Eu trabalho pelo Brasil", afirmou.

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