No aeroporto José María Cordova, em Medellín, na Colômbia, há a palavra Chapecoense em vários locais. A gerência do local organizou um mutirão, conseguiu a adesão de mais de 200 voluntários e montou guichês de atendimento com psicólogos e tradutores para ajudar na possível vinda de familiares das vítimas do voo que trazia a delegação da clube catarinense e caiu na madrugada de terça-feira, nos arredores da capital do departamento de Antioquia.
“Acionamos várias pessoas conhecidas e as redes sociais. A adesão foi um sucesso”, comentou a gerente do aeroporto, Sara Ines Restrepo. A administração do local montou um serviço de apoio aos familiares das vítimas e a jornalistas logo na sala de desembarque, com o auxílio de brasileiros que moram na região e de colombianos que falam português. A equipe de voluntários tem cerca de 220 pessoas.
Outra medida foi contratar um serviço de traslado entre o aeroporto e o centro da cidade. O José María Cordova fica na cidade vizinha de Rionegro, a cerca de 32km do centro de Medellín. Por isso, um ônibus fica no aguardo de possíveis familiares para fazer o trajeto. A administração do aeroporto ainda não sabe quantos familiares dos jogadores devem viajar à Colômbia. Um voo fretado que sairia do Brasil na noite desta terça acabou cancelado, mas a equipe do mutirão descobriu em hotéis da cidade a existência de reservas de quartos de hóspedes brasileiros.
“Toda a cidade ficou mobilizada, eu mesma quis ajudar. Tivemos mais voluntários até do que o preciso”, contou a psicóloga Sibylla Serafini, que mora há três anos em Medellín. O mutirão na cidade colombiana fez até torcedores do Atlético Nacional, clube que enfrentaria a Chapecoense na decisão, colocarem anúncios nas redes sociais em que se ofereceram para ajudar. Alguns integrantes até mesmo da organizada do clube propõe ceder espaços em suas casas em solidariedade aos familiares das vítimas.
A célula montada tem evitado que os familiares se exponham. No início da madrugada desta quarta, o grupo recebeu no aeroporto parentes dos tripulantes mortos da companhia boliviana LaMia. O grupo foi levado até uma sala envidraçada. Para impedir imagens, prontamente o grupo de voluntários forrou o local com folhas de cartolina, enquanto na parte de dentro psicólogos faziam o atendimento.