A mediana para a alta do IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 seguiu perdendo fôlego na última semana, enquanto as estimativas para 2023, foco atual da política monetária, continuam se distanciando do teto da meta para o próximo ano. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a projeção para o IPCA de 2022 passou de 7,96% para 7,67%, enquanto a estimativa de 2023 subiu de 5,01% para 5,09%. Há um mês, as estimativas eram de 8,50% e 4,70%, respectivamente.
Mesmo com a redução nas projeções para este ano, a estimativa continua muito acima do teto da meta (5,0%), configurando o segundo ano consecutivo de rompimento do mandato principal do BC. Para o IPCA de 2023, que está subindo a 14 semanas, a expectativa atual da Focus também está acima do teto de 4,75%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC indicou que mira em algo mais próximo do centro da meta do que sua projeção atual para 2023 (4,0%).
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira também mostra uma desancoragem maior na mediana de 2024, que passou de 3,25% para 3,30%, ante 3,25% de um mês antes. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.
A meta para 2024 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%). Para 2025, a meta também é de 3,00%, conforme definição do Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho.
No Copom do mês passado, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
<b>Outros meses</b>
Os economistas do mercado financeiro já esperam uma deflação no IPCA de julho, com a estimativa passando de alta 0,06% para queda de 0,28%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado era de alta de 0,50%.
Para agosto, a projeção no Focus também desacelerou de alta de 0,18% para 0,16%, ante 0,36% há quatro semanas. Para o índice de setembro, a estimativa variou de 0,47% para 0,48%, ante 0,46% de um mês atrás.
A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de avanço de 5,45% para 5,16% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,91%.