Rosana Ibanez
Médicos de todo o país suspenderão o atendimento a pacientes de planos de saúde a partir de hoje. Esta é a quarta paralisação anunciada pela categoria em dois anos. Em Guarulhos, os profissionais da Seisa aderiram o movimento até o momento.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), entre os dias 11 a 17 o atendimento será suspenso em rodízio de especialidades, sendo mantidas apenas as urgências e emergências. A paralisação acontecerá até o próximo dia 18.
A pauta de reivindicações inclui o reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM); inserção nos contratos de critério de reajuste, com índices definidos e periodicidade, por meio de negociação coletiva; inserção nos contratos de critérios de descredenciamento; resposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas; e o fim da intervenção antiética na autonomia da relação médico-paciente.
Ao todo sete unidades federativas anunciaram a suspensão do atendimento a todas as empresas de saúde suplementar do país. Em oito estados, o protesto vai atingir apenas operadoras de planos locais. Há ainda sete estados que irão realizar assembleias para definir os planos a serem atingidos.
Em todo o estado, as lideranças aprovaram a suspensão do atendimento ao grupo de operadoras que não aceitaram negociar com a classe médica ou não enviaram propostas concretas até o momento.
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entre 2003 e 2011, a receita das operadoras cresceu 192%, enquanto o valor médio pago por consulta aumentou 65%. No entanto, cálculos da categoria indicam que o reajuste foi 50%.