As amplas medidas de estímulo do Banco Central Europeu (BCE) estão impulsionando os empréstimos às empresas, segundo um relatório do banco divulgado hoje, o que sugere que o programa de compras de ativos, no valor total de 1 trilhão de euros, já está gerando frutos.
Números divulgados separadamente mostraram que ao enfraquecer o euro, o novo programa pode estar impulsionando a produção industrial e uma modesta recuperação econômica do bloco.
O levantamento trimestral do BCE mostrou que os bancos comerciais estão usando os fundos para fazer novos empréstimos. Além disso, é esperado que os critérios de concessão de crédito a empresas privadas continuem sendo abrandados ao longo do trimestre e muitos bancos esperam aumento da demanda por crédito.
De acordo com o BCE, os dados demonstram que a economia da zona do euro está começando a melhorar após anos de recessão e crescimento fraco. A pesquisa foi divulgada antes da reunião mensal de política monetária do BCE, que ocorre amanhã.
Os dados de hoje são “evidência de uma melhor transmissão” da política monetária, disse Frederik Ducrozet, economista da Crédit Agricole, o que significa que a baixa taxa de juros do BCE e a ampla provisão de liquidez estão sendo repassados às empresas, ajudando-as a impulsionar investimentos ou aumentar vagas de emprego.
Além do corte na taxa de juros para o menor nível histórico, de 0,05%, o BCE está desenvolvendo um programa de estímulo que injeta 60 bilhões de euros por mês em títulos. O programa, conhecido como relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), deve continuar até setembro de 2016. O BCE também ofereceu empréstimos condicionais de quatro anos para os bancos como forma de estimulá-los a aumentar a concessão de créditos.
“Sem dúvidas o presidente do BCE, Mario Draghi, irá comentar esses resultados como prova de que o QE já está causando um efeito positivo nas condições de crédito da zona do euro”, comentou Teunis Brosens, analista do ING. Fonte: Dow Jones Newswires.