A sobrevivência do russo Daniil Medvedev no Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada, ficou por um fio nesta quarta-feira. Bastante exigido pelo canadense Felix Auger-Aliassime, o atual número 2 do mundo perdeu os dois primeiros sets e chegou a ficar a um ponto da eliminação (match point) nas quartas de final. Mas o russo conseguiu se recuperar na partida e superou o rival, nono colocado no ranking da ATP, por 3 a 2 – com parciais de 6/7 (4/7), 3/6, 7/6 (7/2), 7/5 e 6/4, após 4 horas e 42 minutos. Foi a primeira virada de um tenista depois de perder as duas primeiras parciais nesta edição do torneio.
Medvedev mantém a escrita de nunca ter perdido para Aliassime no circuito profissional, agora tendo vencido todos os quatro duelos entre eles. Atual campeão do US Open e vice na Austrália no ano passado, o russo de 25 anos busca a sua quarta final de Grand Slam na carreira. Para isso, terá que superar o grego Stefanos Tsitsipas, número 4 do ranking, que derrotou com facilidade o italiano Jannik Sinner por 3 sets a 0 – parciais de 6/3, 6/4 e 6/2. O histórico de confrontos é bastante favorável a Medvedev, que tem seis vitórias e duas derrotas.
A vitória nas quartas de final também ajuda Medvedev a se aproximar de Novak Djokovic na luta pela liderança do ranking. O russo já defendeu 720 dos 1.200 pontos do vice do ano passado e precisa de mais uma vitória para não perder pontos. Já o sérvio, campeão em 2021 e fora do torneio este ano, perderá 2 mil pontos. Mas segundo a ATP esses descontos só acontecerão em 21 de fevereiro, quando se completa um ano da realização do torneio de 2021. Por ora, a tendência é que a diferença caia de 2.080 para 560 pontos após as devidas atualizações.
Já Aliassime encerra a sua melhor campanha na Austrália em três participações, já que caiu na estreia em 2020 e nas oitavas de final em 2021. O jovem canadense de 21 anos, que ainda persegue seu primeiro título no circuito da ATP, tem como melhor resultado em Grand Slam uma semifinal do US Open no ano passado, em que foi superado justamente por Medvedev. Ele também tentava igualar as melhores campanhas do país em Melbourne: as semifinais de Eugenie Bouchard, em 2014, e de Milos Raonic, em 2016.
VITÓRIA FÁCIL – Se em sua campanha até as quartas de final Tsitsipas não brilhou muito, ele parece ter resolvido elevar o nível na hora certa, bem na reta final do Aberto da Austrália. Assim, o cabeça de chave número 4 deu pouquíssimas chances para Sinner e levou a melhor em sets diretos, gastando 2 horas e 6 minutos.
Tsitsipas manteve a escrita de nunca perder nas quartas de final nos Grand Slam, vencendo a quinta seguida. Ele chega à semi em Melbourne pela terceira vez, a segunda consecutiva.
Com a vitória sobre Sinner, o grego chegou a 15 no Aberto da Austrália, igualando a marca que tem em Roland Garros, onde tem o mesmo número de triunfos, mas tem uma semifinal a menos (3 a 2). Nos outros dois Slam juntos ele soma apenas oito vitórias – três em Wimbledon e cinco no US Open.
Após o triunfo, Tsitsipas admitiu na coletiva de imprensa que o jogo contra Sinner foi a sua melhor partida nas quadras duras de Melbourne. O grego também confessou que surpreendeu a equipe médica, após uma contusão no cotovelo que o quase tirou do primeiro Grand Slam do ano. "Foi a minha melhor partida, sem dúvida. Fui muito consistente do começo ao fim e segui o meu plano de jogo. Sabia que tinha um adversário que mostraria o seu melhor tênis, então elevei o meu nível ao mais alto possível", comentou.
Por fim, Tsitsipas aproveitou para esclarecer que não existe amizade entre ele e Medvedev. Todavia a relação de ambos melhorou desde a disputa da Laver Cup, no ano passado. "Não conversamos muito. Somos rivais dentro de quadra e fora dela lutamos pelo mesmo sonho", finalizou.