Estadão

Megatraficante da fronteira foi avisado de operação para prendê-lo, diz TV

Apontado como um dos maiores traficantes do Brasil, Antônio Joaquim Mota, conhecido como Dom, escapou no fim do mês passado de uma operação realizada pela Polícia Federal para prendê-lo. Dom estava escondido em uma fazenda da família que ocupa área que vai de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, à cidade vizinha de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A suspeita é de que a operação tenha sido vazada.

De acordo com o Fantástico, da TV Globo, um dos guarda-costas de Dom, que foi preso pela PF naquela operação, admitiu em depoimento que o chefe fora avisado da ação. "Ele (Dom) falou que a gente estaria numa situação de risco, a gente teria de se retirar", declarou Iuri da Silva Gusmão à PF, segundo a reportagem.

A operação para prender Antônio Joaquim Mota, que também é conhecido como Motinha, aconteceu em 30 de junho. Um dia antes, testemunhas disseram ter visto um helicóptero pousar ao lado da propriedade.

O Estadão pediu posicionamento à PF sobre a suspeita de vazamento. A corporação respondeu apenas que "a Polícia Federal não se manifesta sobre investigações em andamento".

Ainda segundo a TV Globo, o guarda-costas preso é integrante de um grupo paramilitar, formado inclusive por estrangeiros, que faz a segurança pessoal de Dom. O megatraficante leva vida de luxo e aparece em imagens a bordo de iates ou em restaurantes de alto padrão.

De acordo com a polícia, Motinha, de 30 anos, lidera o "clã Mota". A família começou a enriquecer na década de 1970 na região da fronteira com o Paraguai, atuando com contrabandos diversos. Agora, o foco estaria no tráfico internacional de drogas. O apelido "Dom", segundo os investigadores, foi criado pelo próprio Antonio Joaquim Mota em alusão ao personagem Dom Corleone, de O Poderoso Chefão.

Em nota à TV Globo, as defesas de Iuri Gusmão e da família Mota informaram que acompanham os fatos e que estão à disposição dos investigadores para "prestar esclarecimentos".

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