O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, indicou pela segunda vez nesta semana que avalia ser candidato à sucessão presidencial no ano que vem. Em entrevista à revista Veja, o ministro, ao ser questionado se tinha consciência de que é um presidenciável, respondeu positivamente. “Sim, sou presidenciável”, disse Meirelles, conforme publicado no site da revista nesta quinta-feira, 2.
“As pessoas falam comigo, me procuram, mas ninguém me cobra uma definição. No mundo político, por exemplo, dizem o seguinte: o senhor tem o meu apoio, estou torcendo para isso. Tenho por característica pessoal ser bem pé no chão. Dificilmente vou fazer alguma coisa baseado no entusiasmo”, afirmou o ministro à revista.
A assessoria de imprensa de Meirelles ponderou que ele se referia ao fato de ter consciência de que seria um presidenciável. “O ministro disse que sim porque muitas pessoas o procuram e dizem que o apoiam ou que consideram que ele poderia concorrer”, informou a assessoria por meio de nota.
Meirelles também disse considerar que o cenário político é “favorável, sim” a um candidato com o perfil dele. “Favorável para o que eu chamo de um candidato reformista no sentido de alguém que toque as reformas e a modernização da economia brasileira como está ocorrendo.”
Perguntado na entrevista se seria candidato, Meirelles afirmou que essa é uma questão de “oportunidade e destino” e que prefere enxergá-la com “realismo”. “Eu acredito que o País vai, de fato, estar bem na situação econômica, mas existem condições políticas e condições eleitorais que precisam ser analisadas.” Ele argumentou que ser candidato “tem grandes custos – e grandes benefícios – para todos”. “Vou ter que deixar o ministério e deixar o trabalho ainda por um período de decolagem da economia e entrar em um processo que é outra história.”
Meirelles já foi alçado ao posto de candidato outras vezes. Em setembro, o presidente nacional do PSD, ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), disse a interlocutores que o ministro pediu que sua candidatura seja avaliada no ano que vem, caso se reforcem os sinais de recuperação da economia, sobretudo, a queda do desemprego. Em outra ocasião, em um almoço recente com a bancada do partido na Câmara, Meirelles ouviu declarações de apoio a uma eventual candidatura.
Na segunda-feira, 30, Meirelles também deu sinais dúbios sobre seu futuro político. Durante um evento em São Paulo, primeiro disse que considerava interessante a possibilidade de ser candidato a vice-presidente da República. Depois da repercussão, ele disse que fizera uma “mera brincadeira” e negou ter interesse em concorrer ao cargo caso seja convidado para compor uma chapa em 2018.
À revista, ele lembrou que foi convidado a ser vice pelo tucano Aécio Neves (MG), em 2014, e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, para a chapa de Dilma Rousseff. Em ambos os casos, rejeitou. Meirelles disse ainda que ficou sabendo pelos jornais dos crimes de corrupção confessados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista: “Foi uma surpresa. Eles não me contavam isso”.