O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira, 29, que a conversa com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante jantar na terça-feira na residência oficial do Senado foi “muito boa e pedagógica”. Segundo Renan, o ministro ressaltou que o impacto que terão os projetos de reajustes nos salários de servidores já está contabilizado na meta fiscal de 2016 – de déficit de R$ 170,5 bilhões.
Na terça, na saída do jantar, alguns senadores se mostraram insatisfeitos com a conversa e relataram um tom evasivo de Meirelles ao tocar no assunto. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) chegou a dizer que o ministro foi pouco objetivo e alertou que Executivo “não pode tergiversar” sobre o assunto. Para o democrata, falta “pulso firme” e sinalização de um norte em questões que podem impactar ainda mais as finanças públicas.
Nesta quarta-feira, Renan minimizou a polêmica. “O ministro fez questão de explicar que esse reajuste já está contido na revisão de superávit. O ministro repetiu esse argumento. Isso tranquiliza o Senado com relação às decisões que vai tomar.”
O presidente do Senado conversou com a imprensa ao chegar para encontro com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que veio apresentar os quatro novos indicados para a diretoria da autoridade monetária. Eles serão sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na próxima terça-feira, 5.
Mais tarde, o presidente do Senado tem um encontro com a presidente afastada Dilma Rousseff. “Não tem pauta, a presidente pediu para conversar com ela, a exemplo do que sempre fiz. Acho que, nesse momento de crise, ter alguém que converse com todos os lados é sempre bom”, disse Renan.