O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou nesta terça-feira, 4, a jornalistas estar otimista com a aprovação da reforma da Previdência. Ele afirmou que, sem esta mudança, o orçamento público ficará cada vez mais ocupado com gastos previdenciários.
“As possibilidades de aprovação são muito grandes, eu tenho feito trabalho intenso com parlamentares, incluindo com a bancada de todos os principais partidos”, disse Meirelles, em São Paulo, após fazer palestra em evento do Bradesco, na qual também destacou parte importante do tempo para falar da Previdência.
“É necessário, primeiro para refletir a realidade do Brasil hoje, o brasileiro vive cada vez mais”, disse Meirelles.
Além da Previdência, ele ressaltou que a agenda de reformas caminha normalmente e que a expectativa é que tudo esteja terminado ainda este ano.
Protestos
O ministro da Fazenda minimizou as mobilizações contrárias às reformas que têm ocorridos em vários pontos do País. Na avaliação dele, trata-se um movimento normal e o governo tem interesse em esclarecer as dúvidas que forem aparecendo.
“O governo tem muito interesse em esclarecer. O debate é normal, positivo, faz parte da democracia. Ainda bem! Imagine se não pudéssemos debater”, disse Meirelles. “Agora, o que há é uma questão de que vivemos em um Estado de Direito e houve uma decisão judicial vedando, em um primeiro momento, inclusive, a divulgação de números de dados da Previdência. Isso já foi abordado e hoje está se começando a trabalhar de novo na divulgação intensa, que vai mostrar à população brasileira como um todo não só a necessidade da reforma, mas os efeitos positivos. Porque o que interessa a todos é o emprego, inflação e renda”, afirmou.
Números
O ministro disse que, sem a aprovação de reformas estruturais, como a da Previdência, que melhorem as contas fiscais do Brasil, o País estaria fadado a um crescimento na casa dos 2,3% ao ano pelos próximos dez anos, entre 2018 e 2028. Com a aprovação das reformas, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) poderia subir para a casa dos 3,5% a 4% ao ano no período.
Ele declarou a jornalistas que, após passar por uma forte recessão, a economia brasileira está “voltando à normalidade”. Neste contexto, os movimentos dos indicadores são o contrário do que vinha ocorrendo, disse ele, destacando que a inflação está caindo e o País está voltando a crescer.
Meirelles ressaltou que a taxa de juro estrutural, aquela de longo prazo que não afeta a inflação e atrai investimentos, está em declínio e pode cair ainda mais com a aprovação das reformas propostas pelo governo de Michel Temer. “É a taxa de equilíbrio, que faz que o País volte a crescer sem inflação.”
Meirelles foi questionado pelos jornalistas sobre o projeto de terceirização e ressaltou que a experiência internacional, em países como a Alemanha, mostra “com clareza” que a maior flexibilização das leis trabalhistas gera crescimento do emprego e da renda.