Economia

Melhora da indústria requer recuperação da demanda doméstica, avalia Macedo

A produção industrial registra melhora gradual há quatro meses, mas a partir de uma base de comparação depreciada, observou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, para uma recuperação mais acentuada, a indústria requer a retomada da demanda doméstica.

“A combinação de fatores justifica essa melhora recente da produção da indústria. Seja a melhora da confiança dos empresários, seja a redução de estoque em função dos ajustes na produção feitos, seja o aumento nas exportações. Combinados, todos justificam esse avanço nos últimos quatro meses”, enumerou Macedo.

No entanto, o pesquisador ressalta que os fatores de compressão da demanda doméstica permanecem presentes, impedindo uma recuperação maior. A produção industrial recuou 6% em junho ante junho de 2015, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física. O movimento de queda ocorre a despeito do efeito calendário positivo: junho deste ano teve um dia útil a mais do que junho do ano passado.

“Quando a gente fala do mercado doméstico, essa retração da demanda permanece. Temos aumento na taxa de desemprego, a renda real está menor, a inflação permanece em patamares elevados, o crédito continua caro, a taxa de juros está elevada, há maior seletividade na concessão de crédito, os níveis de inadimplência ainda estão em patamares elevados. Então esses fatores que a gente sempre elencou para explicar a queda na demanda doméstica permanecem”, lembrou Macedo.

2º trimestre

A produção industrial avançou 1,2% no segundo trimestre, em relação ao primeiro trimestre do ano, calculou André Macedo. O IBGE deixou de divulgar oficialmente os resultados do trimestre ante o trimestre imediatamente anterior, mas Macedo disse que é possível dizer que o avanço registrado no segundo trimestre interrompe uma trajetória expressiva de quedas.

“É uma melhora em relação ao que a gente tinha no passado recente”, afirmou o pesquisador.

Ele ressalta, entretanto, que o cálculo da produção industrial difere do cálculo da contribuição da indústria para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

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