Estadão

Melhora externa e IPCA-15 estimulam alta do Ibovespa, após sete quedas seguidas

Sinais de moderada busca por risco no exterior permite nesta quarta-feira recuperação do Ibovespa, que, na terça-feira, fechou com perda de 2,23%, aos 108.212,86 pontos, contabilizando sete quedas seguidas. A melhora externa vem na esteira de alguns balanços com resultados considerados favoráveis e após alta de dados industriais chineses. No entanto, isso não elimina as incertezas com a economia global, em meio à guerra na Ucrânia e ao avanço de covid-19 na china e em relação, além da expectativa de uma postura mais dura pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já no encontro em maio. Após subir 1,68%, aos 110.027,33 pontos, às 10h44, subia 1,18%, aos 109.494,72 pontos.

Para completar, no Brasil, mesmo com a inflação persistentemente elevada, o resultado menor que o esperado dá certo alívio. A alta de 1,73% registrada em abril pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a mais elevada desde fevereiro de 2003, quando ficou em 2,19%. O número ficou menor do que a mediana de 1,82% das expectativas do mercado financeiro.

Com isso, algumas ações ligadas ao setor de consumo sobem. "Como o número absoluto ficou menor que o esperado, pois o mercado tinha precificado algo maior, ajuda a aliviar um pouco. No entanto, a inflação é o grande problema, essa persistência", diz Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest.

No entanto, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, faz ponderações. "Por mais que tenha um pouco abaixo, ainda é um patamar extremamente alto, e coloca uma pressão muito grande no Copom na semana que vem para que ele não interrompa, não deixe a porta fechada já do ciclo monetário. Seria algo que o mercado penalizaria em termos de câmbio, de curava de juros", avalia.

Neste sentido, Farto, da Renova, avalia que a alta do Ibovespa hoje é apenas um respiro após sete pregões seguidos de queda. "É um pouco cedo para falar em recuperação. Temos um contexto conturbado lá fora, com possibilidade crescente de alta no ritmo de juros nos EUA depois do alerta do FMI que reduziu projeção do PIB global recentemente", afirma o especialista da Renova.

Para completar, a valorização do minério de ferro na China estimula alta das ações ligadas ao setor. Além disso, investidores esperam o relatório de produção e vendas da Petrobras e o balanço da Vale do primeiro trimestre. Ambos saem após o fechamento da B3. Vale ON subia 3,67%; Petrobras tinha alta de 0,17% (PN) e 0,27% (ON). Via ON tinha elevação de 6,25% e Lojas Americanas, 6,83%.

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