O membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, não a exclui que os aumentos de juros possam persistir além do verão do Hemisfério Norte. Em entrevista à <i>Bloomberg Television</i>, questionado se as taxas ainda podem subir na reunião de setembro, o também presidente do Bundesbank disse que "não há nada fora da mesa".
"Estamos chegando perto do território restritivo, mas ainda não estamos lá", afirmou Nagel.
Questionado sobre uma pausa na alta de juros, o dirigente apontou que, quando este momento chegar, provavelmente será necessário manter as taxas neste pico "por algum tempo" antes de cortá-las.
Na visão dele, deverá levar ao menos um ano e meio para que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro se aproxime da meta de 2% do BCE.
Ao especular sobre o futuro, o dirigente reforçou a necessidade de avaliar dados, e indicou que deverá haver uma revisão "reunião por reunião".
Nagel apontou que a inflação segue em alta de forma "teimosa", o que faz com que o cenário de taxas elevadas de juros ainda não tenha acabado.
A leitura principal da inflação está recuando, o que o dirigente vê como boa notícia, mas ele lembra que o núcleo ainda está elevado, incluindo os preços dos alimentos, que estão "muito altos".