O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou nesta terça-feira, 18, que eventuais cortes de juros dependerão de dados demonstrando evolução da economia e do processo de desinflação, mas evitou prever quando a redução pode acontecer.
"A economia dos EUA tem um bom desempenho e vemos bons sinais, com um mercado de trabalho forte e reequilíbrio da oferta e da demanda. Mas nossas decisões dependem de dados e precisamos ver a inflação baixar", pontuou Williams, em entrevista ao <i>Fox Business</i>. "Não farei uma previsão de quantos cortes de juros devem acontecer."
O dirigente frisou que as projeções do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) sobre juros – representadas pelo gráfico de pontos – não são planos concretos e que, por isso, é necessário tomar as decisões a cada reunião monetária.
Williams disse que espera uma redução gradual dos juros nos próximos dois anos, acompanhando a trajetória de queda da inflação rumo à meta de 2% durante o segundo semestre de 2024 e início de 2025.
O presidente da distrital de Nova York reiterou que o Fed não desviará do objetivo de alcançar a inflação em 2% e não deve alterar a meta – por exemplo, para 3% – mesmo diante do cenário eleitoral nos EUA. "Precisamos ignorar a política e cumprir nosso trabalho", afirmou.
Williams, que vota nas decisões monetárias do FOMC, demonstrou confiança no desempenho da economia e reforçou que "não basta apenas um mês de dados positivos", devido a natureza volátil de dados mensais. "Estamos caminhando na direção certa, mas não quero ser dependente de somente um dado. Devemos olhar quadro geral", concluiu.