O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin, reafirmou nesta quinta-feira a defesa de uma abordagem paciente, antes de uma decisão por corte nos juros. Durante entrevista à <i>Bloomberg TV</i>, ele afirmou que deseja ver a tendência na inflação prosseguir, mas de modo mais disseminado, para confirmar que a inflação caminha à meta de 2%. A cautela é justificada pois o Fed não quer ter de reverter o rumo da política monetária mais adiante, notou.
Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Barkin disse que indicadores recentes "têm sido notáveis", mas também ponderou que não dará peso excessivo aos números apenas de um mês. O mercado de trabalho, por sua vez, "ainda está muito forte".
Ele afirmou ter ficado surpreso com os números mais recentes do relatório mensal de empregos (payroll) de dezembro e janeiro, enquanto a demanda, por sua vez, "segue saudável", sobretudo entre os consumidores.
Apesar de defender a paciência, Barkin disse que não pretende julgar com antecedência o que pode ocorrer em qualquer reunião de política monetária, inclusive em março. Uma piora na economia poderia levar a corte nos juros, ponderou em um momento da entrevista. Mas, questionado sobre declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, na entrevista coletiva da semana passada, Barkin disse que Powell "sempre fala pelo comitê".
Na ocasião, Powell disse que, a julgar pela reunião da semana passada, seria improvável um corte de juros já em março.
Ainda para Barkin, é "certamente possível" que a taxa neutra de juros tenha avançado nos EUA, nos últimos tempos.