Variedades

Meninos de Araçuaí fazem 20 anos no palco

Eles parecem saídos de um conto, desses que eles mesmos passaram a encenar pelos palcos do País. Há quase 20 anos, uma ONG de respeito chamada Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPDC) criou, como parte prática do Projeto Ser Criança, o grupo coral Meninos de Araçuaí. Só ali chegaram 40 meninos e meninas. Ao todo, o projeto fundado pelo antropólogo Tião Rocha contava com 100 crianças de regiões consideradas de alta vulnerabilidade do Vale do Jequitinhonha. “Algumas delas gostavam de cantar, mas não sabiam. Como queriam enviar uma gravação cantando em agradecimento ao patrocinador do projeto, chamamos o grupo Ponto de Partida para auxiliar na preparação vocal”, contou Tião em um texto de apresentação.

Foi o começo do casamento. O grupo cresceu e o reforço que entendia arte como educação passou a ser fundamental. Atendendo ao pedido de Tião, o grupo teatral Ponto de Partida, com sede em Barbacena, Minas Gerais, tinha um histórico que remontava ao início dos anos 80. Sua entrada fortaleceu os Meninos de Araçuaí e os preparou para voos maiores. Em 2004, sua sede de Barbacena, uma bela residência onde funcionou a primeira fábrica de seda do País, passou a abrigar também a Bituca – Universidade de Música Popular, que tem Milton Nascimento (o Bituca) como padrinho, e cursos gratuitos para a formação e descoberta de novos talentos.

A partir daí, com uma dinâmica de especialização permanente, prêmios e apresentações nacionais e internacionais começaram a chegar, como a passagem da montagem Ser Minas Tão Gerais pelo Théâtre des Champs Elysées, em Paris (2005); e a estreia do espetáculo, com gravação e lançamento em CD, do projeto Presente de Vô.

O primeiro ato dos Meninos de Araçuaí, nas mãos do Ponto de Partida, será revisto em apenas duas datas, sábado, 28, e domingo, 29, no Auditório Ibirapuera. Serão os shows que vão marcar o relançamento de Roda Que Rola, o disco criado há quase 20 anos. Um repertório com músicas como Acalento (Fernando Brant e Gilvan de Oliveira), Canto do Povo de Um Lugar (Caetano Veloso), Refazenda / Mulher Rendeira (Gilberto Gil/Domínio público) e O Trenzinho do Caipira (Villa-Lobos).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?