O presidente do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, disse nesta quinta-feira, 26, que a instituição financeira está atenta à menor demanda por crédito para investimento no Plano Safra 2015/2016. “Nós achamos que o aumento da produtividade está ligado ao aumento do (crédito para) investimento. É um ponto de atenção”, afirmou em referência à possível queda no rendimento das lavouras. Abreu participou do Summit Agronegócio Brasil 2015, organizado pelo jornal O Estado de S. Paulo com patrocínio da Faesp.
Segundo Abreu, os desembolsos do crédito rural entre julho e setembro somam R$ 21,7 bilhões, com média de R$ 334 milhões por dia útil, um avanço de cerca de 30% ante o mesmo período de 2014, mas não informou qual o montante destinado ao investimento e qual se refere à linha para custeio, cuja demanda aumentou este ano.
O executivo defendeu a manutenção dos recursos para o crédito rural mesmo em um ano “difícil”, com contingenciamento do orçamento público. “Foi mantido um crescimento no crédito agrícola porque se entende que se diminuir a participação (destes recursos) podem ocorrer problemas na exportação e aumento de preços. Foi uma decisão correta”, comentou.
Mercado externo
Corrêa afirma que o banco tem buscado aumentar seu apoio aos clientes que querem começar a atuar ou voltar a participar do mercado externo. “Achamos que a pauta de exportação brasileira está muito concentrada”, diz, citando que 77,59% das vendas externas são feitas por apenas 283 empresas. “Isso tem um motivo. Ao longo dos últimos anos, tivemos uma taxa de câmbio desfavorável, mas isso mudou. E empresas têm buscado remontar estratégias de exportação em um momento em que a economia brasileira não está crescendo”, explica.