O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta tarde, 12, que "a mentalidade de quem fez a reforma trabalhista e sindical é a mentalidade escravocrata". A fala foi dada durante encontro com especialistas em relações sindicais e trabalhistas.
"A mentalidade de quem fez a reforma trabalhista e sindical é a mentalidade escravocrata. Mentalidade de quem acha que sindicato não tem que ter força, sindicato não tem representatividade. No mundo desenvolvido em que você tem economia forte, você tem sindicato forte", afirmou.
De acordo com o ex-presidente, o Estado tem que atuar como árbitro que concilie os interesses do trabalhador e do empresário. "O Brasil não será um País civilizado se não tivermos a compreensão que as duas partes têm que ser tratadas em igualdade de condições, e o Estado não tem que tomar parte de um lado ou de outro", afirmou. Em outras ocasiões, Lula defendeu que o pré-candidato a vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), coordene a mesa de negociação entre trabalhadores e empresários.
Durante o encontro, o ex-presidente voltou a defender mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que sejam adaptadas à realidade do mercado atual. "Mas é importante que a gente tivesse o mínimo necessário garantido para que os sindicatos livremente pudessem, de acordo com cada categoria, negociar o máximo, tirar o máximo que pudesse tirar, é assim que se faz negociação", ponderou. "A nossa organização sindical é igualzinha a dos empresários, e quem não quer mudar são os empresários", completou.
Lula disse ainda que, para vencer crises econômicas, é preciso "colocar o pobre na economia" e que, no seu governo, pela primeira vez, "os pobres consumiram mais que a classe média".