Um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Lula, o ex-ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), disse hoje que os partidos, as Forças Armadas e o resto do mundo já deixaram claro que não aceitam questionamentos ao resultado da eleição.
Ontem, em entrevista após o debate da TV Globo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse por duas vezes que aceitaria o resultado das urnas sem nenhuma condicionante, ao contrário do que vinha sustentando ao longo da campanha, quando impunha como condição "eleições limpas a seu juízo".
Para Mercadante, Bolsonaro sempre teve duas táticas: disputar a eleição e desgastar o processo eleitoral. A primeira, só acaba neste domingo. Mas na outra, disse o ex-ministro, Bolsonaro já teria sido derrotado. Mercadante falou a jornalistas no hall do hotel onde a campanha de Lula estava hospedada, na Barra da Tijuca, reduto bolsonarista na zona oeste do Rio.
"(A campanha de Bolsonaro) teve um fracasso atrás do outro e eles foram totalmente derrotados nessa tática (de questionar o processo eleitoral). Eles não têm base social e não têm o apoio de nenhuma força política, nem daquelas que sustentam o governo Bolsonaro no parlamento. Os partidos e as Forças Armadas já deixaram claro que não aceitam questionar o resultado da eleição. E o mundo não vai aceitar isso".
"Ele fez isso (questionar as eleições) a exemplo do (presidente dos EUA, Donald) Trump. Por isso, Bolsonaro radicalizou sobre voto impresso, sete de setembro, ameaças ao STF e, lá atrás, ao Congresso Nacional. Mas ele foi derrotado. As forças políticas reconhecem o sistema eleitoral. Basta ver o primeiro turno. Tem algum governador que questione o resultado? Algum senador, algum deputado fez isso? O sistema das urnas está completamente consolidado e legitimado", continuou Mercadante.
O ex-ministro seguia para São Paulo, com Lula e o candidato a vice, na chapa, Geraldo Alckmin (PSB). Lula deixou o hotel por volta das 9h30, em carro blindado, sem falar com a imprensa. Como último ato da campanha, ele promove uma caminhada hoje pelas ruas de São Paulo. Se vencer as eleições, disse Mercadante, Lula vai comemorar na Avenida Paulista, na capital do Estado.