Variedades

Mercado de dublagem consolida potencial da voz como arte global

Foi com a voz de Dalva de Oliveira que A Branca de Neve chegou ao Brasil, em 1937. Considerado o primeiro filme dublado no País, o clássico da Disney abriu as portas, no Brasil, para uma nova profissão que, hoje, mais de 80 anos depois, é reconhecida mundialmente pela excelência e pelas vozes capazes de despertar a memória afetiva do público. O jornal O Estado de S. Paulo conversou com profissionais envolvidos nesse segmento, que está em constante mudança e crescimento – com a consolidação das plataformas de streaming -, mas ainda precisa discutir regulamentação e outros fatores que afetam a qualidade.

Em rápido retrospecto, os tempos de ouro da dublagem brasileira, entre 1960 e 1990, foram protagonizados pelos estúdios Álamo e pelo pioneiro Herbert Richers, este, amigo pessoal de Walt Disney e Silvio Santos, criando um verdadeiro paraíso para o setor. Na época, os profissionais de Richers eram contratados da casa e juntos criaram conhecidas versões brasileiras de atores como Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger e ainda a de Branca de Neve, refeita em 1950.

Durante três décadas, de 1960 a 1990, o total mensal era de 150 horas de filmes dublados, 70% das produções cinematográficas veiculadas no País, fora séries e desenhos animados. “Mas todo mundo sabia que ia quebrar”, conta o ator e dublador Herbert Richers Jr. “O mercado sofreu uma retração, em parte porque as TVs a cabo passaram a produzir conteúdo e também ficou caro manter o profissional exclusivo.”

A dubladora e diretora Sandra Mara Azevedo recorda a proximidade de Richers e do apresentador do SBT. Juntos, estúdio e emissora viabilizaram a dublagem das novelas mexicanas e do seriado Chaves, que pega emprestado a voz de Sandra para a personagem Chiquinha. Sandra também faz a Cersei, de Game Of Thrones. Com a compra recente de Chaves pelo Multishow, a dubladora precisou regravar alguns episódios. “O tempo passou, mas a série ainda faz sucesso.”

Para a atriz, dubladora e locutora da Grupo Globo, Mabel Cezar, uma revolução aconteceu com o avanço da tecnologia digital em todos os campos. “É preciso entender que, no Brasil, o mercado atual de dublagem é gigante e promissor, mas com condições bem diferentes da era de ouro.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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