Estadão

Mercado de Santo Amaro reabre após cinco anos

Aos 125 anos, o Mercado Municipal de Santo Amaro, na zona sul da cidade de São Paulo, reabre às 9 horas de hoje com um novo perfil, ares de shopping, cinco pavimentos, decoração "instagramável" e mais que o triplo da área construída anterior. A reinauguração ocorre mais de cinco anos após ser consumido por um incêndio. As mudanças incluem um novo nome, adotado pelo consórcio responsável pela obra e gestão: Santo Mercado.

Com o contrato assinado em 2019, a concessão pública é de 25 anos. O objetivo do consórcio é transformar o espaço em um polo gastronômico e de lazer.

"A gente queria mudar a concepção de mercado, trazer uma experiência", descreve Sonia Keiko Tanaka, vice-presidente de Novos Negócios e Inovação da Engemon, empresa que integra o consórcio que detém a concessão e responsável pela implantação. A expectativa é receber 120 mil pessoas por mês.

O mercadão é inteiramente novo e não mantém remanescentes do anterior, atingido por incêndio em setembro de 2017. "Foi pensado para acolher São Paulo, um ponto turístico gastronômico e cultural, de encontro de amigos", diz Sonia.

A área construída aumentou de cerca de 3,6 mil para 11,5 mil metros quadrados, enquanto o número de espaços comerciais saltou de 25 para 120, além de 37 quiosques, segundo o consórcio. A abertura ainda não inclui todos os espaços.

Na primeira fase, 50 estarão em operação, com a abertura paulatina dos demais no começo de 2023. Segundo informações da Prefeitura, à época do incêndio, 27 permissionários atuavam no mercado. A concessionária diz que 19 seguem nas novas instalações.

<b>AGENDA</b>

Os corredores estão mais amplos e há maior oferta de mesas e cadeiras na praça de alimentação, lembrando projetos de shopping. O consórcio discorda da comparação.

"É totalmente diferente de um shopping. A gente pensou muito para não perder a característica de mercado e incrementá-la com um ecossistema de parcerias, que leva esse mix de centro de distribuição, de polo gastronômico, com uma rusticidade na operação", afirma Sonia.

Uma agenda de eventos culturais de diferentes portes está em desenvolvimento, como apresentações musicais, exposição de obras de arte, feiras de artesanato e outros. O espaço também está decorado para o Natal deste ano.

<b>PASSADO</b>

Na parte visual, o mercado reúne painéis sobre a história de Santo Amaro feitos por estudantes de uma escola da região. O passado do distrito paulistano também é lembrado em uma cervejaria com o formato de um bondinho, instalada junto à entrada, considerada um dos espaços que mais devem atrair fotos.

Outra decoração "instagramável" é a distribuição de guarda-chuvas coloridos no alto de um dos pavimentos, frequentemente vista em redes sociais.

O Mercado de Santo Amaro foi criado em 1897, décadas antes do município de Santo Amaro ser anexado pela capital paulista. A primeira sede é tombada e, há anos, abriga a Casa de Cultura de Santo Amaro – Manoel Cardoso de Mendonça.

Há mais de 50 anos, o mercadão passou a funcionar no endereço atual, na Rua Ministro Roberto Cardoso Alves, a um quilômetro da Estação Adolfo Ribeiro, da Linha 5-lilás.

<b>CONTRATO</b>

Em outubro de 2017, dias após o incêndio, o prefeito à época, João Doria (então no PSDB), anunciou que o mercado seria reconstruído por meio de concessão pública. Após o primeiro edital não atrair interessados, no ano seguinte foi remodelado, com a redução, a quase a metade, do valor mínimo pago ao Município anualmente.

O contrato foi firmado em 2019, na gestão Bruno Covas (PSDB), com a então previsão de reabertura para 2021. Segundo o documento, a concessão é estimada em R$ 79,9 milhões, dos quais R$ 21,3 milhões referentes à obra do novo mercado, R$ 22,8 milhões à manutenção e R$ 35,7 milhões às outorgas pagas ao Município.

O estacionamento tem 160 vagas e o bicicletário, capacidade para 63 bicicletas.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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