A restauração do Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, está prevista para ser finalizada em novembro deste ano, segundo Aldo Bonametti, presidente do Mercado SP, concessionária que opera o Mercadão e o Mercado Kinjo Yamato. O investimento total para o restauro foi calculado em R$ 88 milhões, dos quais R$ 45 milhões já foram investidos até o final de 2023.
O prazo, que antes era de junho de 2023, foi postergado, segundo Bonametti, devido ao tempo de aprovação dos projetos de restauros por parte do Condephaat e Conpresp. "Não teve atraso, o que houve foi uma readequação do contrato porque o prazo se mostrou insuficiente", afirma.
A data refere-se apenas às obras que foram acordadas quando a empresa recebeu a concessão dos mercados. Já as reformas que a concessionária pretende fazer por iniciativa própria – com um investimento de R$ 50 milhões extras – não seguem um prazo.
No Mercadão, a empresa quer trocar 6.000 m² de piso, com previsão de início em abril. Além disso, pretende ampliar o mezanino, com projeção de 10 novas lojas (ainda sem previsão de início), e construir um rooftop com vista para as zonas norte e leste da cidade (ainda aguardando aprovação do Cndephaat).
<b>Cronograma das obras no Mercadão</b>
– Restauro da fachada externa: concluído;
– Pintura do telhado: previsto para maio de 2024;
– Construção de nova infraestrutura de esgoto e reforma dos banheiros: concluído;
– Instalação de geradores: concluída;
– Reconstrução do sistema de hidrante: concluído;
– Reforma do sistema elétrico: concluído;
– Instalação de sistema de detecção de alarme de incêndio: concluído;
– Instalação de iluminação de emergência: concluído;
– Reforma dos telhados de vidro: concluído;
– Instalação de iluminação cenográfica: concluído;
– Instalação de câmeras de segurança: concluído;
– Troca de estruturas de aço dos portões externos: concluído.
Dentre os restauros já realizados no Mercadão, a instalação de geradores de energia se mostrou como uma demanda urgente depois que uma obra pública na Avenida do Estado resultou em danos a cabos de energia elétrica do Mercado Municipal, deixando o espaço sem energia por cerca de 10 horas. Na ocasião, no fim do ano passado, a Enel emprestou geradores ao mercado para que alimentos não fossem perdidos.
Segundo a Mercado SP, o investimento em três geradores foi de R$ 4 milhões. Esta é a primeira vez que o Mercadão tem geradores de energia.
Já no Kinjo Yamato, a concessionária afirma que diversos projetos, ainda aguardam aprovação dos órgãos de proteção do patrimônio histórico – o Condephaat e o Conpresp – para serem executados, incluindo o restauro da fachada. "Não sabíamos que a fachada do Kinjo era tombada, fomos descobrir depois", relatou Bonametti.
<b>Mercadão 24 horas</b>
Outro projeto para o Mercado Municipal é transformá-lo em um mercado 24 horas. Bonametti afirma que em no máximo 3 meses o Mercadão já deve ter seu horário de funcionamento ampliado para 24 horas, ou pelo menos para fechamento às 22h ou 23h.
"Esperávamos que isso já tivesse acontecido, o que impede é uma feira que acontece durante a madrugada no entorno, que a prefeitura está tentando transferir para outra região", afirmou o presidente da concessionária.
Caso a locomoção da feira se concretize, a expectativa da concessionária é de que dois quarteirões da região, ocupados por comércios ligados à feira, sejam esvaziados, e a empresa espera poder utilizá-los para instalação de estacionamentos adicionais para acomodar as mais de 10 mil pessoas que passam diariamente pelo mercado.
"Todos lojistas têm interesse (na ampliação para 24 horas), de fazer happy hour, de abrir restaurante à noite", comenta Bonametti. Hoje, o Mercadão funciona das 6h às 18h de segunda a sábado, e das 6h às 16h aos domingos.
A empresa diz não ter uma previsão de quanto irá aumentar seu faturamento com a ampliação do horário de abertura. "Queremos que tenha mais público, mais gente", diz o presidente.
<b>Segurança</b>
A segurança no entorno do Mercadão é um dos aspectos que pode influenciar a adesão do público aos períodos noturnos no Mercadão. Na visão de Bonametti, a transferência da feira que acontece durante a madrugada melhoraria este ponto.
"O que o prefeito diz é que quando você dá uso para um espaço à noite, ele acaba se tornando mais seguro", afirma. "Temos, desde o final do ano passado, operação da Guarda Municipal ao redor do Mercadão e policiais militares circulando pela região".
Ele menciona ainda a instalação de uma central de monitoramento das mais de 300 câmeras instaladas dentro do mercadão e em sua fachada. "Nunca tivemos problemas dentro do mercado, (a questão) é nas redondezas", diz.