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Mercado global de música cresce e receitas digitais passam as vendas físicas

Pela primeira vez na história, o mercado digital de música superou em receita as vendas físicas, de acordo com um relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na singla em inglês) divulgado nesta terça-feira, 12.

As receitas digitais correspondem agora a 45% do mercado, comparadas com os 39% das vendas físicas. Globalmente, o mercado fonográfico total cresceu 3,2% em 2015, atingindo a marca de US$ 15 bilhões.

Os ganhos da área digital cresceram 10,2% no ano passado e já representam mais da metade do faturamento com música gravada em 19 países, incluindo o Brasil.

No País, o mercado fonográfico total teve um crescimento de suas receitas de 10,6% em 2015, impulsionado pelo crescimento da área digital – que foi de 45,1%, de acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD).

O principal crescimento, dentro e fora do Brasil, se dá na área do streaming. No mundo, as receitas do setor cresceram 45,2%; no Brasil, as receitas com origem na assinatura de serviços cresceram 192%, enquanto que o faturamento com publicidade cresceu 30,7%.

Apesar do crescimento do mercado global – o primeiro significativo em praticamente duas décadas – a IFPI demonstra preocupação com uma “fraqueza fundamental” no processo: apesar de os números de consumo de música serem recordes, essa explosão de consumo não está gerando uma remuneração “justa” para artistas e gravadoras. É o chamado “value gap”.

No comunicado, o chefe executivo da IFPI, Frances Moore, acredita que os números refletem o fato de a indústria ter se adaptado à era digital, mas reconhece que as receitas não estão sendo repassadas de maneira justa.

“A mensagem é clara e vem de uma comunidade musical unida: o value gap é a maior limitação para o crescimento das receitas dos artistas, gravadoras e detentores dos direitos sobre as músicas. Mudança é necessária – e é para os legisladores que o setor musical olha em busca de mudanças efetivas”, afirmou Moore.

Em uma nota da ABPD, o presidente da instituição, Paulo Rosa, disse que o novo relatório confirma a tendência de um “gradual amadurecimento” do mercado de música digital. “Os números divulgados hoje pela ABPD demonstram que o mercado brasileiro segue a mesma tendência do mercado mundial, com o setor digital sendo determinante para seu crescimento e já representando a maior parte de suas receitas”, disse.

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