Economia

Mercado mantém pessimismo com Previdência e Ibovespa fecha em queda de 1%

A desesperança dos investidores de ver a reforma da Previdência aprovada neste ano provocou uma nova rodada de ordens de venda na Bolsa brasileira neste último dia de novembro. O Índice Bovespa já iniciou o dia em terreno negativo, ignorou as altas das bolsas de Nova York e fechou nesta quinta-feira, 30, com queda de 1,00%, aos 71.970,99 pontos. Com esse resultado, o índice encerrou novembro com uma queda acumulada de 3,15%.

Assim como tem acontecido nos últimos dias, os investidores estrangeiros foram os principais vendedores de ações no pregão, informaram operadores de renda variável. Até o último dia 28, o saldo líquido dos investimentos de estrangeiros na bolsa em novembro era negativo em R$ 2,393 bilhões. No ano, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 10,555 bilhões.

Com poucos eventos na agenda, o declaratório político em torno da reforma da Previdência voltou a dar o tom dos negócios. Hoje foi a vez do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçar o pessimismo do mercado. Em reunião com investidores em São Paulo, Maia fez um discurso desanimador quanto às chances de aprovação da reforma. Depois, disse a jornalistas que a data da votação ainda não foi marcada porque não há votos.

“A queda de hoje foi uma nova correção, uma realização de lucros acumulados, num sinal de desconfiança do investidor. E o mercado tende a ficar cada vez mais cauteloso nesse clima de incerteza com a Previdência”, disse Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, que compara o atual cenário da bolsa com o período pré-impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando o mercado também refletia forte incerteza.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, as quedas mais significativas ficaram novamente com os bancos, com peso superior a 25% da carteira. Além de serem papéis líquidos, outra explicação para a queda insistente dessas ações é que elas acumulam “gordura” significativa no ano, o que favorece a realização de lucros. Itaú Unibanco PN caiu 1,46%, mas acumula ainda ganho de 25,45% em 2017. Bradesco ON recuou 1,04% no dia, com alta de 15,90% no ano.

As ações da Petrobras enfrentaram volatilidade ao longo do pregão, seguindo influências internas e a instabilidade dos preços do petróleo no mercado internacional. Ao final dos negócios, os papéis subiram 0,25% (ON) e 0,33% (PN).

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