Economia

Mercado observa política monetária dos EUA e dólar sobe 0,71%

O fortalecimento do dólar no mercado internacional foi determinante para levar a moeda americana a subir também ante o real nesta terça-feira, 27, depois de três sessões consecutivas de queda. A fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na Câmara dos Representantes dos EUA concentrou as atenções desde cedo e respondeu em boa medida pelo fortalecimento da divisa ao redor do mundo, principalmente no período da tarde. Ao final dos negócios no mercado à vista, o dólar foi negociado a R$ 3,2492, em alta de 0,71%.

Apesar de Jerome Powell ter mantido em linhas gerais o discurso suave, com defesa do gradualismo na política monetária, investidores teriam visto incentivo para se ajustaram à possibilidade de um quarto aumento de juros nos EUA este ano, e não três, como era anteriormente esperado. Na sessão de perguntas e respostas, o dirigente mostrou otimismo com a economia e a trajetória da inflação nos EUA. “Desde dezembro, temos visto dados sugerindo um fortalecimento da economia. Esses dados renovam a confiança de que a inflação subirá em direção à meta. Minha perspectiva para a economia se fortaleceu desde dezembro”, afirmou.

A fala gerou reação nos mercados internacionais e teve reflexos também por aqui, com o dólar à vista atingindo a máxima do dia, cotado a R$ 3,2556 (+0,91%), às 12h56.

“O motivo para o mercado levar o dólar para cima não é tanto a fala de Powell, mas os números da economia dos Estados Unidos, que seguem fortes e vão acabar trazendo a esperada inflação ao país. O que esteve em jogo hoje foi o quarto aumento de juros”, disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora.

A opinião é compartilhada por Glauber Romano, da corretora Intercam. “A fala de Powell foi a única coisa que levou investidores a mudarem posições e isso ficou claro nas oscilações do euro. Houve, sim, um movimento de precificação de uma quarta alta de juros”, afirmou.

Pela manhã, o fluxo positivo ajudou a conter a pressão compradora sobre o câmbio. Esse fluxo, segundo operadores, cessou à tarde, o que acabou por consolidar o ganho do dólar. A queda dos preços do petróleo foi outro fator a gerar valorização do dólar ante moedas de países emergentes e exportadoras da commodity.

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