Com o discurso mais duro do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a indecisão que rondava a substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy na última sexta-feira, o mercado financeiro já conta que o Comitê de Política Monetária (Copom) terá de elevar a taxa básica de juros dos atuais 14,25% ao ano para 14,75% ao ano na primeira reunião de 2016. A mudança pode ser considerada drástica, já que há 15 dias, a expectativa desse mesmo levantamento era de manutenção da Selic em 14,25% ao ano ao longo de todo o ano que vem.
A última decisão do colegiado foi de estabilidade da taxa básica de juros, mas com placar dividido em 6 a 2. Os diretores dissidentes (Sidnei Marques e Tony Volpon) já gostariam de ter visto uma alta de 0,50 ponto porcentual no encontro passado.
O novo desenho do mercado financeiro para o rimo da taxa prevê uma nova elevação para 15,00% em março e mais uma subida – para 15,25% ao ano – em abril. A Selic, por essa nova projeção, ficará estacionada nesse patamar até outubro. Em dezembro, volta a cair, para 14,75% ao ano. A continuação dessa trajetória de baixa é esperada para o ano seguinte. Em janeiro de 2017, a Selic deve voltar para o patamar atual de 14,25% ao ano e, em março, cair para 14,00%. Em abril, a redução esperada é de 13,75% e, em maio, de 13,25% ao ano. Para junho de 2017, último dado disponível, os analistas projetam que a Selic estará em 13,00% ao ano.
O mercado revisou também suas previsões para a Selic de 2017, de 12,00% para 12,25%, manteve a de 2018 em 11,00% e aumentou a de 2019 de 10,50% para 10,75%. Para 2020, foi mantida a projeção de 10,00% já apontada na semana passada.