Economistas do mercado financeiro diminuíram pela terceira semana consecutiva a projeção de pico da relação entre Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) e Produto Interno Bruto (PIB). A mediana do Sistema Expectativas de Mercado da última sexta-feira, 12, indica aumento da dívida/PIB ao ponto máximo de 87,7% em 2031, 0,1 ponto porcentual abaixo da sexta-feira anterior (87,8%).
A mediana mais recente já se situa 4,3 pontos porcentuais abaixo da estimativa intermediária de 31 de maio, um dia após a apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na época, o consenso do mercado indicava aumento contínuo da relação dívida/PIB a 92% em 2031.
Nas seis reuniões trimestrais do Banco Central com economistas na semana passada, foi consenso entre os participantes que o novo arcabouço afasta as chances de uma dinâmica explosiva para a dívida pública, a mesma análise apresentada pela autoridade monetária no comunicado e na ata das últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
A maior parte dos analistas também citou a expectativa de que a regra seja aprimorada pelo Congresso. A mesma avaliação foi apresentada pelo Bank of America (BofA), que, em relatório, avaliou como provável a remoção de algumas exceções ao limite de gastos.
A expectativa de redução das exceções e de criação de penalidades para o descumprimento das metas de resultado primário prevaleceu mesmo após o governo defender poucas alterações no texto.
Em entrevista ao <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na última sexta-feira, Haddad defendeu os parâmetros do arcabouço e disse esperar que haja "o mínimo de alteração" no texto.
<b>Primário</b>
Apesar da melhora marginal do cenário de dívida, os economistas do mercado financeiro não alteraram as expectativas para a trajetória de resultados primários.
As medianas do Sistema Expectativas de Mercado continuam indicando zeragem do déficit primário em 2027.