A Mercedes não aceitou a vitória de Max Verstappen no GP de Abu Dabi, neste domingo, em corrida que rendeu o título inédito da Fórmula 1 ao piloto da Red Bull, primeiro holandês campeão da categoria. Insatisfeita com a condução da prova, a equipe de Lewis Hamilton, único rival de Verstappen na briga pelo título, protocolou dois protestos contra o resultado final.
Quando restavam cinco voltas para o fim da prova decisiva o safety car precisou ser acionado, após um acidente envolvendo Nicholas Latifi. No momento, Hamilton liderava a prova. A pista foi liberada apenas na volta final, e Verstappen conseguiu a ultrapassagem, já que a interrupção diminuiu a vantagem do britânico e permitiu a aproximação. Os acontecimentos levaram a Mercedes a reclamar de questões relacionadas a procedimentos de relargada determinados pelos artigos 48.8 e 48.12 do Regulamento Esportivo da FIA.
"Como, sem dúvida, foi relatado, apresentamos um protesto formal dentro do intervalo de tempo exigido de 30 minutos após o final da corrida. Não faremos nenhum comentário adicional sobre os detalhes até a condução da audiênciA", disse um porta-voz da Mercedes em comunicado à imprensa.
O artigo 48.12 indica que o safety car precisa sair da pista apenas após os retardatários ultrapassarem o primeiro colocado. A equipe alemã questiona o fato de apenas cinco pilotos terem recebido autorização do diretor da prova, Michael Masi, para fazer a ultrapassagem.
Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel, que estavam entre os líderes, foram os nomes autorizados, enquanto os outros não puderam passar. Em um primeiro momento, Masi evitou autorizar as ultrapassagens, mas mudou de decisão após questionamento da Red Bull. O argumento da Mercedes é que todos os retardatários deveriam ter recebido a autorização.
"Se o diretor de prova considerar seguro fazê-lo, e a mensagem carros retardatários podem agora ultrapassar for enviada a todos os competidores através do sistema oficial de mensagem, qualquer carro que tiver sido ultrapassado em uma volta pelo líderes serão requisitados a ultrapassar os carros na volta de liderança e o Safety Car. Isso se aplicará apenas aos carros que foram ultrapassados no momento que cruzaram a linha ao fim da volta durante a qual eles cruzaram a primeira linha do Safety Car pela segunda vez após o Safety Car ter sido acionado", diz um trecho da regra.
Além da questão dos retardatários, a Mercedes alega que Verstappen posicionou o carro à frente de Hamilton na curva 12, pouco antes da relargada. Na interpretação da equipe alemã, isso teria caracterizado uma tentativa de ultrapassagem com o Safety Car na pista e, portanto, seria uma infração do artigo 48.8, que diz "nenhum piloto pode ultrapassar outro carro na pista, incluindo o Safety Car, até que ele passe a linha pela primeira vez após o Safety Car retornar aos boxes.
O chefe da Red Bull, Christian Horner, foi questionado sobre o assunto, mas preferiu não dizer muitas palavras. "Estamos decepcionados com o protesto, mas confiamos na FIA", limitou-se a dizer.