Economia

Mesmo com vendas menores, preço do caminhão sobe

As fabricantes de caminhões Volvo e DAF anunciaram nesta segunda-feira, 9, reajustes de preços para seus produtos, num momento em que o mercado de veículos pesados registra queda de 45% nas vendas em relação a 2014.

A Volvo aumentou seus preços em 8% há duas semanas e fará novos reajustes trimestrais a partir de abril. “Se não fizermos isso vamos prejudicar toda a cadeia produtiva e os funcionários”, disse o diretor comercial da Volvo, Bernardo Fedalto, durante evento na Fenatran (feira do transporte), no Anhembi, em São Paulo.

Segundo Fedalto, a marca acumula 15% de aumento de custos com matérias-primas, dólar, energia e pessoal “e precisa reequilibrar sua balança, porque está muito negativa”.

O presidente da DAF, Michael Kuester, também anunciou aumentos de 8% a 10% para janeiro. MAN, Mercedes-Benz e Scania também já haviam divulgado reajustes de 5% a 10% nas últimas semanas. O segmento vendeu de janeiro a outubro 61,3 mil caminhões, ante 111,2 mil em igual período do ano passado.

Esvaziado

Num evento esvaziado pela ausência dos principais expositores – nove das 11 fabricantes de caminhões preferiram abrir mão do evento por motivos de economia em tempos de crise -, a 20ª edição da Fenatran foi aberta ao público ontem e ocorre até sexta-feira.

Entre fornecedores de componentes, serviços e implementos, os organizadores do evento, que é anual, informam que há mais de 300 expositores.

A DAF, que inaugurou fábrica em Ponta Grossa (PR) em 2013, investiu R$ 60 milhões para iniciar neste mês a montagem local de motores da marca, até agora importados da Holanda.

A fábrica tem capacidade para produzir 10 mil veículos anualmente, mas apenas 450 devem deixar a linha de montagem neste ano e cerca de 1 mil em 2016. “Prevemos um mercado igual ao deste ano, mas vamos aumentar nossa participação”, afirmou Kuester.

A Volvo também opera com ociosidade e dará feiras coletivas aos funcionários por cinco semanas a partir de 9 de dezembro, duas a mais que no ano passado. No fim deste mês 600 trabalhadores retornam do período de seis meses de lay-off e a empresa ainda avalia medidas a serem adotadas para evitar excesso de pessoal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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