Trabalhadores da Ford paralisaram a produção na fábrica de motores em Taubaté (SP) nesta quinta-feira, 2, pelo segundo dia consecutivo, em protesto contra a demissão de 137 trabalhadores na última terça-feira. De acordo com o sindicato dos metalúrgicos da região, trabalhadores devem fazer nova assembleia na manhã da próxima terça-feira, 7, para decidir se deflagram greve por tempo indeterminado.
Na quarta-feira, os trabalhadores já tinham paralisado a produção em todos os turnos. O objetivo do protesto é fazer a empresa reverter as demissões. Ainda ontem, o sindicato se reuniu com a direção da montadora para tentar “encontrar alternativas”, mas não houve avanços. Uma nova reunião ocorre nesta quinta-feira. Procurada, a Ford confirmou a paralisação em Taubaté.
Demissão
Os 137 metalúrgicos demitidos estavam com os contratos suspensos desde agosto e foram desligados no dia em que deveriam voltar ao trabalho. Em nota, a Ford atribuiu os cortes à redução do volume de produção. A montadora afirmou que, durante o lay-off, tentou “várias possibilidades” para aproveitar a mão de obra , mas as alternativas teriam sido “insuficientes” para manter os contratos de trabalho.
Segundo o sindicato dos metalúrgicos de Taubaté, a Ford prometeu pagar aos demitidos 83% do salário por ano trabalhado. Para aqueles com restrição médica, o porcentual sobe para 140%. Os valores são os mesmos oferecidos pela montadora a quem aderir ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) em vigor na empresa. De acordo com a entidade, o PDV já teve “cerca de 500 adesões” na unidade.
Além das demissões em Taubaté, a Ford tem 424 metalúrgicos em banco de horas desde 23 de fevereiro, por tempo indeterminado, em São Bernardo do Campo (SP). A produção da unidade será paralisada a partir desta sexta-feira, 3, até 14 de abril, para adequar produção à demanda, a exemplo do que vêm fazendo empresas como Fiat, Mercedes-Benz e Scania. Em Taubaté, a produção ficará paralisada de sexta até segunda, feriado local.