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Metrô de SP veta anúncio de livro sobre black blocs

O Metrô de São Paulo vetou a publicidade de um livro sobre a tática Black Bloc. A publicidade, paga pela Geração Editorial, responsável pela publicação, ficaria em cartazes afixados nos vagões dos trens. Um dos autores de “Mascarados – A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc”, o jornalista e blogueiro Bruno Paes Manso, afirmou que a leitura a respeito do livro feita pelo Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, é “equivocada”.

“O livro não faz apologia dos black blocs. Ele procura mostrar o superdimensionamento dado a esses garotos, desmistificá-los e explicá-los para a sociedade”, afirmou Paes Manso. No auge dos protestos de junho de 2013, estações do Metrô foram alvo de quebra-quebra na região da Avenida Paulista.

A Geração Editorial contrataria 20 sancas, como são chamadas as peças de publicidade, nos vagões das Linhas Vermelha e Verde – o dobro do mínimo exigido pelo Metrô. Cada uma delas mede 112 centímetros por 30 cm e custa R$ 266. A editora gastaria R$ 5.320 por um mês de exposição.

No dia 19, porém, a Geração recebeu um e-mail do Metrô dizendo que o layout não havia sido aprovado. A editora respondeu a mensagem e mais tarde recebeu a ligação de um funcionário do Metrô dizendo que não adiantaria mandar outra arte, já que o problema era com o tema do livro.

“Para nossa surpresa, disseram que não veiculariam o anúncio porque ele incitaria a violência. Não vou chamar de censura. Foi um erro de avaliação”, disse Luiz Fernando Emediato, diretor da Geração. Para ele, o livro é apenas uma reportagem sobre o tema em que todos os lados – incluindo a Polícia Militar – são ouvidos. O “excesso de zelo” e a “avaliação equivocada” teriam motivado a decisão do Metrô, disse o editor.

Desacordo

O Metrô informou, por meio de nota, que “reprovou única e exclusivamente o layout da peça publicitária da Geração Editorial por estar em desacordo com o artigo 20 de seu regulamento de mídia (Remídia)”. O texto veta mensagens que “infrinjam a legislação vigente, atentem contra a moral e os bons costumes, tenham temas de cunho religioso ou político-partidário”. O regulamento ainda proíbe anúncios “que possam suscitar comportamentos inadequados”.

A empresa alegou que “é errado” acusá-la de “censura ou veto ao livro”. Segundo a companhia, a avaliação feita pela área de negócios se restringe apenas à peça publicitária. O texto também informou que “os anunciantes dos espaços publicitários do Metrô têm pleno conhecimento do regulamento”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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