O promotor de Justiça Marcelo Milani apura eventual dano econômico e quebra do princípio da impessoalidade com a extensão do horário de funcionamento do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em dias de jogos no Itaquerão, na zona leste de São Paulo. O promotor pretende mover ação contra o Estado, tendo também o Corinthians como réu.
Os presidentes do Metrô, Luiz Antônio Carvalho Pacheco, e da CPTM, Mário Bandeira, estiveram nesta quarta-feira na sede do Ministério Público Estadual, no centro da cidade, para explicar como a rede metroferroviária está funcionando nos dias de jogos do time, cujo estádio fica no bairro de Itaquera.
“A abertura além do horário da Estação Itaquera tem um custo. Quero saber qual é esse custo e quem está pagando”, disse o promotor. “O clube está aferindo lucro com o evento (a partida). É um ganho privado, portanto. Mas os custos para isso estão sendo pagos por toda a população. É o transporte público sendo usado em benefício de um ente privado”, sustenta o promotor.
A Marcelo Milani, os dirigentes das empresas públicas disseram que não foi feito um estudo sobre os impactos econômicos da abertura extra ou extensão dos horários dos trens. Disseram também que não poderiam prolongar o horário da rede nos demais dias por razões técnicas. No entender do promotor, o prolongamento nos demais dias resolveria o problema, porque o benefício incluiria toda a população.
“A manutenção da rede é programada. Não há como estender o horário todos os dias. Mas vamos fazer isso com os outros clubes também, à medida que os novos estádios forem saindo”, disse o presidente do Metrô.
O governo do Estado ficou de apresentar os estudos técnicos solicitados pelo promotor antes de ele decidir o que fazer. Milani conduz um inquérito que apura os gastos com as estruturas temporárias usadas na Copa do Mundo, mas pretende tratar do horário do Metrô em um procedimento à parte.