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MG recebeu R$ 2 bi em receita adicional na Copa

O Estado de Minas Gerais, cuja capital foi uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol, recebeu R$ 2,051 bilhões em receitas durante a realização do evento. Do total, R$ 451,3 milhões foram de receitas diretas e R$ 1,6 bilhão de aportes indiretos para o setor de comércio e serviços da cidade, com um gasto médio de R$ 1.268,72 por visitante. Os dados são de pesquisa da Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (Setes), com apoio da Belotur, do curso de Turismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e feito pela JF Instituto de Pesquisa, com 1.116 pessoas, ou 40% do total dos 2,8 mil entrevistados, divulgados nesta terça-feira, 15, em coletiva de imprensa. O estudo possui margem de erro de 2%.

A pesquisa ainda está em andamento e falta computar os dias de julho de realização do evento, o que deve levar a um valor maior dos recursos recebidos pelo Estado. “Essa receita adicional tem efeito direto no PIB do Estado. Se formos comparar com os gastos feitos já divulgados – R$ 670 milhões na reforma do Mineirão; R$ 150 milhões no estádio Independência; R$ 400 milhões em mobilidade e R$ 2 milhões de capacitação -, o valor compensa e ainda traz benefícios de longo prazo”, declarou o secretário estadual de Turismo, Tiago Lacerda. Foram 355 mil visitantes em Belo Horizonte, sendo 200 mil estrangeiros e 155 mil brasileiros.

Para ele, o legado que a Copa deixará para Minas Gerais serão as novas vias pela cidade, as obras de melhoria do aeroporto de Confins, que vão continuar, e o reposicionamento do Estado e da capital mineira no turismo internacional, além da integração das esferas municipais, estadual e federal. Ele ainda informou que, por conta da maior visibilidade, a lei estadual de turismo deverá ser modificada, que a expansão do Centro de eventos Expominas está em curso e a criação de roteiros de turismo específicos para países, como o para os alemães, já está sendo desenvolvida. “Nos próximos dias faremos reuniões com os órgãos municipais e estaduais para avaliarmos o que será possível implantar da estrutura da Copa nos jogos normais no Mineirão, itens como estacionamento e segurança”, completou.

Para o secretário municipal extraordinário da Copa do Mundo (SMCOPA), Camillo Fraga, o plano de mobilidade da capital foi o que melhor se mostrou na Copa, mas pode receber aprimoramentos nos próximos períodos. Conforme o estudo, houve o transporte de mais de 14 mil passageiros na linha especial Aeroporto de Confins/Mineirão, de 100 mil passageiros pelos terminais Copa municipais e 30 mil pessoas no ônibus de transporte rápido BRT/MOVE.

Somente no estádio do Mineirão, 7 mil jornalistas credenciados cobriram a Copa e o público presente nos seis jogos foram de 345.350 pessoas, com média de 57.558 pessoas por jogo. No Estado, na área de saúde, foram feitos 1.173 atendimentos, sendo 153 a estrangeiros, e existiram seis casos de vítimas de violência.

Hotelaria

A hospitalidade foi o item mais citado pelos visitantes em destaque em Minas, seguido pela gastronomia local, principalmente com o feijão tropeiro e o pão de queijo. Dados do Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH) obtidos em diversos hotéis e pousadas apontam que a taxa de ocupação dos meios de hospedagem no município no período entre 12 a 30 de junho foi de 71,5%, com registro de 159 mil hóspedes, aumento de 19,1% ante o mesmo período de 2013. Mas a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-MG (ABIH-MG) divulgou que, entre 14 de junho e 8 de julho, a ocupação média foi de 75,3% somente em hotéis de grande porte (60% no geral), sendo que no dia 8 de junho, data do jogo da semifinal em Belo Horizonte, o porcentual chegou a 95% nos dois casos.

Hotéis e pousadas (46%), albergues (20%) e casa de amigos e parentes (19%) foram os meios de hospedagem mais utilizados pelos visitantes durante a estadia em Belo Horizonte. “Chama a atenção os albergues, que no mesmo período do ano passado representavam apenas 1,3%. Acredito que essa exposição maior fará com que a oferta de albergues cresça no Estado”, comentou Lacerda. Fraga disse que não há preocupação com uma ociosidade futura nos estabelecimentos, já que todo novo hotel construído possui um plano de negócio de longo prazo.

Já nos bares e restaurantes do Estado, houve aumento de 25% nas vendas, em média, conforme dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-MG (Abrasel-MG). Nos locais de maior movimentação de turistas, como a Savassi, Mercado Central, ruas Marília de Dirceu e Curitiba, as vendas subiram até 200%.

Na Fifa Fun Fest, realizada no Expominas, cerca de 250 mil pessoas passaram nos 15 dias de programação. A lotação máxima foi atingida nos cinco dias de jogos do Brasil. Nesses dias, foram vendidas 3,5 mil toneladas de feijão tropeiro e 900 quilos de pão de queijo e não foram registrados problemas graves de segurança e atendimento de saúde.

Fraga também informou que o programa de promoção da cidade de Belo Horizonte, Goal Belo!, realizado durante a primeira fase da Copa, reuniu executivos de 16 países durante a Copa, com a geração de R$ 75 milhões em negócios. Entre os setores contemplados estiveram Tecnologia da Informação/Startups e Biotecnologia.

Viaduto

Ambos os secretários minimizaram o efeito negativo da queda do viaduto Batalhão dos Guararapes sobre a avenida Pedro I no último dia 3, que matou duas pessoas e feriu 22, no andamento do evento esportivo no Estado. “A operação do evento Copa ocorreu tudo bem. Sobre o viaduto, não tenho conhecimento técnico, mas análises e perícias estão sendo feitas”, disse Lacerda. “Foi um evento isolado. Uma tragédia e um aprendizado que está sendo colocado para a área de infraestrutura da cidade. Mas tínhamos rota de fuga para os locais que ficaram interditados. Vamos agora acompanhar as investigações das causas do acidente”, declarou Fraga.

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