A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou um ato do PL Mulher, no Rio de Janeiro, para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
A um público de políticos e simpatizantes, Michelle classificou a gestão de Lula, neste sábado, 25, como "governo bárbaro".
"Pai da mentira, sim. Filhos adotivos da mentira", disse Michelle, que preside o PL Mulher, ao sustentar que a administração petista acabou com políticas de respeito e valorização das pessoas com deficiência, incluindo cegos e com doenças raras.
Vestida com roupa branca e uma camiseta do PL Mulher, a ex-primeira-dama fez um discurso contra a legalização do aborto e a descriminalização das drogas. "Hoje, a gente sabe separar e a gente pode comparar um governo justo de um governo ímpio. Olha, não foi por falta de aviso", afirmou.
Michelle criticou Lula e Janja pelas viagens internacionais e disse que, no governo de Jair Bolsonaro, o marido e ela economizavam ao se hospedar em embaixadas, e não em hotéis de luxo. "Não precisa ficar fazendo tour pela Europa, fazendo tour pelo mundo. Fica mais um pouquinho no Brasil para ver a realidade do povo", disse.
"Eu tenho essa vocação do voluntariado. Quem não tem, quem tem vocação para viajar, que viaje, viaje, viaje, viaje… Faça álbum de fotos sentada em cima dos móveis. Se eu sentasse, o mundo tinha acabado", declarou Michelle, fazendo referência a uma entrevista dada por Janja ao jornal O Globo, na qual ela posou para fotos no Palácio da Alvorada.
Ao atacar o ministro Silvio Almeida, Michelle afirmou que o chefe da pasta foi condecorado um dia após a morte de um pai de família, numa alusão a Cleriston Pereira da Cunha. Preso por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro, Cunha morreu no último dia 20.
"Para mim é desumano porque é um ministro do todes, que só tem trabalho para os amigues e os bandides", ironizou a ex-primeira-dama, criticando a linguagem neutra usada por apoiadores do governo Lula.
<b>Bolsonaro diz que eleição de 2022 é página virada </b>
Dando sequência a uma série de eventos do PL pelo Brasil, Michelle convidou mulheres a se filiar ao partido e a se candidatar. O partido de Bolsonaro tentará eleger o maior número de vereadoras e prefeitas em 2024, preparando o terreno para as eleições presidenciais de 2026.
Com o marido inelegível, a ex-primeira-dama é apontada como possível candidata da direita à Presidência. Sob o argumento de que é "a pessoa mais perseguida do Brasil", Michelle disse querer liderar um "movimento feminino, e não feminista".
No fim do ato, Bolsonaro subiu ao palco e fez um rápido discurso. Referindo-se aos adversários como "o lado do capeta", o ex-presidente voltou a questionar o resultado das eleições de 2022.
"Quem decidiu não foi o povo. O povo não foi respeitado", destacou Bolsonaro, insinuando que houve interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no resultado das eleições, sem apresentar qualquer prova. "Mas vamos considerar o ano passado uma página virada", completou. No palco estavam o governador do Rio, Claudio Castro (PL), parlamentares e outros aliados da família Bolsonaro.