Cidades

Micro e pequenas devem fechar 2013 com aumento de 2% no faturamento

Em outubro, receita variou 0,4%. Comércio foi o setor com o melhor resultado, com aumento de 5,9% sobre o mesmo mês de 2012, segundo pesquisa do Sebrae-SP

 

O tímido crescimento da economia brasileira e a forte base de comparação fizeram com que as micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registrassem desempenho apenas modesto em outubro. Segundo a pesquisa mensal de conjuntura Indicadores Sebrae-SP, o faturamento das MPEs fechou o mês com variação de +0,4% em relação a igual período de 2012.

 

A receita total do universo das MPEs paulistas, já descontada a inflação, foi de R$ 50,2 bilhões, isso significa R$ 221 milhões a mais do que no mesmo mês de 2012 e R$ 4,5 bilhões, ou 9,8%, acima do resultado de setembro deste ano. As vendas do Dia das Crianças e os dois dias úteis a mais, em outubro em relação a setembro são os fatores que possivelmente contribuíram para o bom resultado em outubro sobre setembro deste ano.

 

"Tendo em vista os resultados até outubro, a projeção do Sebrae-SP é que as micro e pequenas empresas paulistas encerrem o ano com aumento real de 2% no faturamento", informa Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.

 

O setor que apresentou o resultado mais positivo em outubro foi o comércio, com crescimento de 5,9% no faturamento. Os serviços registraram queda de 3,8% no indicador e a indústria recuou 6,3% ante outubro do ano passado.

 

"O fraco desempenho da economia do País, principalmente no segundo semestre deste ano, tem afetado os resultados das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo. Além disso, a base forte de comparação também acabou por achatar o resultado de outubro deste ano", afirmou Bruno Caetano, referindo-se ao crescimento de 15,3% no faturamento de outubro de 2012 ante o mesmo mês de 2011.

 

Por regiões, o Grande ABC apresentou aumento de 4,2% no faturamento, na comparação com igual período do ano passado. O município de São Paulo registrou queda de 2,1%, enquanto o interior do Estado apresentou evolução positiva de 1,4% e a Região Metropolitana de São Paulo registrou baixa de 0,6%.

 

No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a outubro, as MPEs faturaram 2,3% mais em relação aos dez primeiros meses de 2012. Na mesma comparação, o faturamento da indústria caiu 1,9%; no setor de serviços houve aumento de 1,2% e o comércio, também nesse quesito foi o setor que se saiu melhor, com avanço de 4,4% na receita real.

 

"A indústria tem enfrentado problemas de competitividade ao longo do ano, daí seu fraco desempenho. Porém, o bom nível do consumo no mercado interno impulsionou as vendas das micro e pequenas empresas de serviços e, em um grau mais elevado, do comércio", explica o consultor do Sebrae-SP e coordenador da pesquisa, Pedro João Gonçalves.

 

Ocupação e rendimento

 

Com relação ao pessoal ocupado, houve queda de 0,6% nas MPEs paulistas no acumulado de 2013 e recuo de 4,1% em outubro deste ano ante outubro de 2012. O rendimento – que inclui salários e outras remunerações – avançou 7% no acumulado do ano e 5,4% na comparação de outubro com igual mês do ano passado. A folha de salários também teve variação positiva: 3,5% de janeiro a outubro e 1,1% de outubro de 2012 para o mesmo período de 2013.

 

Expectativas

 

A pesquisa do Sebrae-SP, detectou em novembro que os proprietários de MPEs esperam estabilidade no faturamento da empresa nos próximos seis meses. "Porém, notamos um aumento da incerteza no que diz respeito à evolução da receita da empresa, pois em novembro deste ano, 11% dos entrevistados disseram não saber como será o comportamento de sua empresa. Um ano atrás, essa parcela era de 7%", diz Gonçalves.

 

A expectativa dos empresários em relação à economia também é de manutenção do atual nível de atividade nos seis meses que estão por vir. No entanto, os que esperam melhora na economia estão em menor número agora. Em novembro de 2012, 31% dos donos de MPEs estavam confiantes em um cenário mais positivo e no mesmo mês deste ano a parcela caiu para 24%.

 

"Os salários e o crédito devem evoluir de forma mais modesta em 2014. Com isso, o consumo no mercado interno deve crescer mais lentamente, o que significa desaceleração do consumo. O consumo é justamente o principal fator que impulsiona o desempenho das micro e pequenas empresas", completa Gonçalves. Segundo ele, nesse contexto, as MPEs tendem a apresentar crescimento moderado em 2014.

 

Pesquisa

 

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com a colaboração da Fundação Seade. São entrevistadas 2.716 MPEs do Estado de São Paulo, distribuídas em indústria de transformação (10%), comércio (53%) e serviços (37%). No estudo, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento anual bruto de até R$ 3,6 milhões.

 

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