Conforme a variante ômicron do coronavírus se espalha em Taiwan, seguradoras enfrentam uma enxurrada de sinistros por parte de clientes. As empresas venderam, no ano passado, milhões de apólices que prometiam pagamentos às pessoas que contraíssem covid-19 e agora enfrentam dificuldades de cumprir com os contratos.
Em 2020, em função dos rígidos controles de fronteira e medidas rigorosas de quarentena, Taiwan passou mais de 200 dias sem nenhum caso local de covid-19 e controlou em grande parte o surto em 2021. Como pessoas infectadas com o vírus e seus contatos próximos deveriam passar semanas em isolamento impostas pelo governo, as seguradoras lançaram uma série de apólices que prometiam pagamentos fixos para os segurados, de US$ 340 a US$ 3.400, em troca de cerca de US$ 30 por um ano de cobertura.
Nos últimos meses, quando Taiwan se afastou da política de "zero covid" e afrouxou as restrições, infecções diárias atingiram média de cerca de 50 mil casos, resultando em um aumento de reivindicações pelo benefício. Quase 14% da população de Taiwan até agora contraiu o vírus.
Consumidores taiwaneses enviaram quase 270 mil reclamações, buscando o equivalente a US$ 357 milhões em compensação. A Taiwan Ratings, uma subsidiária da S&P Global Ratings, estimou recentemente que o total de sinistros de apólices de covid-19 pode chegar a US$ 1,6 bilhão, se 20% dos segurados estiverem infectados e a média de sinistros por apólice for de US$ 1.340.
Companhias de seguros e consumidores criticam a mudança nos testes e nos requisitos de quarentena por parte das autoridades de saúde de Taiwan. "Nossas políticas de pandemia nunca levaram em conta as seguradoras. Só pensamos em como cuidar bem dos pacientes", disse o ministro da Saúde de Taiwan, Chen Shih-chung. Na China, os vendedores de "seguro quarentena" também cancelaram os produtos quando milhões de pessoas em todo o país começaram a se contaminar pela ômicron.
Fonte: Dow Jones Newswires.