Países começam a reportar os primeiros casos confirmados e suspeitos de transmissão comunitária da variante Ômicron, que continua a se espalhar pelo mundo, com casos suspeitos e detectados em todos os continentes. A Austrália confirmou nesta sexta-feira, 3, os primeiros casos de contaminação local em três estudantes de Sydney, enquanto os Estados Unidos confirmaram um caso comunitário no Havaí e investigam um segundo em Minnesota.
Autoridades do Estado de Nova Gales do Sul, o mais populoso da Austrália, afirmaram que além dos três estudantes infectados, outros dez casos estão sendo investigados na mesma escola. Estes são os primeiros casos "que não têm um histórico de viagens nem vínculos com pessoas que estiveram no exterior", confirmaram as autoridades.
Nos EUA, um homem sem histórico de viagens tornou-se o primeiro infectado pela Ômicron no Havaí. "Este é um caso de transmissão comunitária", disse a secretaria estadual de saúde em um comunicado à imprensa. O indivíduo, ainda de acordo com as informações oficiais, já havia sido infectado com o coronavírus, mas nunca foi vacinado.
Autoridades de Minnesota também investigam o caso de um residente que testou positivo para a variante após uma viagem para Nova York – o que pode configurar mais um caso de contaminação comunitária em solo americano.
<b>América do Norte</b>
Os Estados Unidos confirmaram na quarta-feira, 1º, que o primeiro caso conhecido de Ômicron no país foi detectado em um residente de São Francisco, que voltou da África do Sul em 22 de novembro. Já na quinta-feira, 2, o condado de Los Angeles confirmou um caso adicional na Califórnia, um adulto totalmente vacinado que viajou para a África do Sul no final de novembro.
Desde então, vários casos foram confirmados pelo país, incluindo cinco casos em Nova York, confirmados nessa quinta-feira. Segundo a governadora Kathy Hochul, uma das infectadas no Estado é uma mulher de 67 anos que vive no condado de Suffolk, em Long Island, e viajou recentemente para a África do Sul. A paciente já havia sido vacinada e apresenta sintomas leves de covid. Hochul afirmou que os novos casos "não são motivo de alarme".
Em outro caso confirmado na quinta, uma mulher que vive no Colorado foi infectada após retornar de uma viagem ao sul da África para turismo. Ela havia sido totalmente vacinada e era elegível para uma dose de reforço, mas ainda não a havia recebido. Ela apresenta sintomas leves e está se mantendo em isolamento.
Além dos casos nos EUA, a pasta de saúde pública de Toronto, no Canadá, anunciou nesta quinta-feira um surto de covid no Centro de Detenção de Toronto East, administrado pela província, com um caso suspeito da variante Ômicron. O Departamento de Saúde da Região de Durham está investigando a infecção e diz ainda não haver evidências de transmissão comunitária entre os detentos.
<b>Europa</b>
Ao menos 17 pessoas que compareceram a uma festa em Oslo estão com suspeita de contaminação pela variante Ômicron depois que mais da metade dos 100 participantes testaram positivo para o coronavírus. Todos estavam vacinados, informou a prefeitura. O número é provisório e pode aumentar com o avanço dos testes de sequenciamento.
"Até agora, 60 pessoas testaram positivo para covid-19 nos exames de PCR, e quatro com os antígenos. Dezessete provavelmente estão com Ômicron, mas isso precisa ser confirmado. Até agora, há um caso confirmado de Ômicron após o sequenciamento", afirmaram as autoridades de Oslo em um comunicado.
Entre 100 e 120 pessoas se reuniram na sexta-feira passada para uma festa de confraternização de uma empresa de energia solar. Um dos participantes havia viajado recentemente para o sul da África. "Todos estavam vacinados, ninguém apresentava sintomas e todos fizeram teste antes do encontro", afirmou Tine Ravlo, funcionária do Departamento de Saúde do município. "Tudo estava em ordem e nenhuma regra foi violada", disse.
Até o momento, nenhum dos participantes desenvolveu quadro grave da doença, informou Ravlo. A maioria apresenta sintomas leves, como dor de cabeça, inflamação na garganta e tosse.
<b>Ásia</b>
A Malásia detectou o primeiro caso de Ômicron no país nesta sexta-feira, 3, informou o ministro da Saúde Khairy Jamaluddin. O infectado é um estudante que voltou há duas semanas de uma viagem à África do Sul e já estava totalmente vacinado. Antes de retornar ao seu país, ele também fez uma parada em Cingapura.
"É importante notar que este caso chegou à Malásia em 19 de novembro, antes que a África do Sul relatasse o primeiro caso da nova variante à Organização Mundial da Saúde", observou Jamaluddin em seu perfil no Twitter.
A Malásia, que mantém suas fronteiras fechadas para turistas estrangeiros, anunciou no último fim de semana que restringirá a entrada de pessoas que tenham viajado para sete países africanos nas últimas duas semanas.
Na quinta-feira à noite, Cingapura informou que dois passageiros de um voo vindo da África do Sul testaram positivo para a nova variante. Os dois afetados estavam vacinados e apresentam sintomas leves, como tosse e dor de garganta. A Índia também relatou 9.216 novas infecções por covid nesta sexta-feira, após anunciar seus primeiros dois casos de Ômicron no dia anterior. (Com agências internacionais).