A migração para as redes 4G na América Latina está ocorrendo em um ritmo mais lento do que foi registrado com o 3G, aponta estudo da GSMA, entidade global de operadoras de telefonia. A pesquisa mostra que apenas 2,4% do total de 683 milhões de conexões móveis na região eram de 4G no primeiro trimestre deste ano, enquanto a média global é de 8,4%. Não há dados separados do Brasil.
“O sucesso do 3G acaba sendo um ônus para o 4G, um obstáculo. Isso porque quando se fala de 3G e 4G se fala apenas de mudança de velocidade, mas o serviço é essencialmente o mesmo”, afirmou Amadeu Castro, diretor da GSMA Brasil, durante a conferência Mobile 360 – Latin America, no Rio. Castro lembra que, no caso do 2G para o 3G, a mudança era mais significativa, uma vez que o usuário passava do uso de basicamente voz para também dados.
Na visão do diretor, a curva de crescimento será compensada em meio à disponibilidade de equipamentos (aparelhos) e pelo reconhecimento pelas pessoas de que mais velocidade tem valor. “Na medida que o valor do terminal, que é a grande barreira de acesso, cair, daí sim irá crescer e a curva fará um paralelo com a do 3G. Está apenas atrasada”, disse.
O diretor da GSMA Latin America, Sebastian Cabello, afirmou que a estimativa é de que 28% das conexões serão 4G na América Latina em 2020. Hoje, 51% das conexões são 3G. “A faixa de 700 megahertz dará um grande impulso para o 4G”, acrescentou, lembrando do leilão que ocorreu no ano passado.
Outras barreiras apontadas para a expansão do 4G pela GSMA são as dificuldades na implantação de infraestrutura nos municípios em meio à necessidade de atender às obrigações atuais de cobertura e a um ambiente macroeconômico desafiador, “que desencoraja a maioria dos assinantes a atualizar dispositivos e serviços 4G”.