O presidente Javier Milei ordenou uma revisão de todos os contratos e nomeações do governo da Argentina. O "pente fino" foi tema da primeira reunião de gabinete nesta segunda-feira, 11, enquanto todo país tem operações de câmbio limitadas à esperada das medidas econômicas adiadas para esta terça-feira, 12.
No campo administrativo, o governo anunciou um "inventário geral", com o levantamento de recursos e servidores de cada um dos ministérios. A revisão abrange também também os contratos com as universidades da Argentina e, segundo o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, tem o objetivo de buscar "irregularidades".
"Cada uma das contratações será, é claro, analisada para encontrar irregularidades. Também serão revistos os contratos em vigor com os ministérios e com as universidades", disse Manuel Adorni. As mudanças na administração, afirmou, estão "em linha" com o ajuste fiscal que será anunciado nesta terça-feira, 12, pelo ministro da Economia, Luis Caputo. A ideia, antecipou o porta-voz, aumentar os gastos sociais e "cortar privilégios".
No casos dos servidores, além da revisão dos contratos, o novo governo vai exigir trabalho 100% presencial. Na tentativa de tranquilizar o setor, Manuel Adorni disse mais cedo que "nenhum funcionário público deve ficar preocupado com o seu posto de trabalho" a não ser aquele que "não trabalha, que ocupa uma cadeira e ganha um salário que todos nós pagamos". Nas palavras do porta-voz, o objetivo é acabar com o que chamou de "emprego militante" dentro da máquina pública.
No discurso de posse, o novo presidente argentino culpou a "herança" do governo anterior ao prometer um forte ajuste nas contas públicas que, segundo Milei, deve ser equivalente a 5% do PIB. Já no comando da Argentina, o libertário reduziu o número de ministérios pela metade (de 18 para 9 pastas).
Como parte dessa reforma ministerial, no entanto, ele alterou o decreto que versa sobre o nepotismo para nomear a irmã, Karina. Ela assumiu a secretaria-geral da Presidência e estava presente reunião desta segunda na Casa Rosada, mais especificamente, no salão Eva Perón – a ex-primeira-dama que contribuiu para criar as bases do peronismo junto com Juan Domingo Perón.
Também participaram do encontro inaugural o chefe de Gabinete, Nicolás Psse, e os nove ministros. São eles: Sandra Pettovello (Capital Humano), Diana Mondino (Relações Exteriores), Luis "Toto" Caputo (Economia), Guillermo Francos (Interior), Guillermo Ferraro (Infraestrutura), Mariano Cúneo Libarona (Justiça), Patricia Bullrich (Segurança), Luis Petri (Defesa) e Mario Russo (Saúde).